quarta-feira, 20 de novembro de 2019

poemas de amor ainda

No último 20 de setembro, dia da Revolução Farroupilha, feriado no Rio Grande do Sul e dia do gaúcho para os íntimos, estava eu longe de casa, em uma missão de trabalho. Em Curitiba, folheando um jornal digital (pobre Curitiba, não mais afeita a jornais impressos), descobri que haveria um lançamento de dois livros de poesia, justamente naquele 20 de setembro, em um bar/boate do centro, não muito longe de meu hotel. Resolvi experimentar, e dei sorte. Conheci um bocado de poetas em fúria (já resenhei aqui um deles, o bom "A caverna dos destinos cruzados", de Sergio Viralobos, Monica Berger e Leonardo Chioda; ouvi boa música; conversei com muita gente bacana; entre elas o industrioso Vanderley Mendonça - mas esta é outra história). O outro livro lançado naquela noite foi esse "Poemas de amor ainda", de Antonio Thadeu Wojciechowski, experimentado poeta (e publicitário, e professor, e pescador, e compositor, como ele mesmo se define) curitibano, de seus quase 70 anos. Se é que eu contei bem, este volume é o  trigésimo quarto de uma vasta produção. Nele estão incluídos seis conjuntos de poemas. Cinco são da lavra dele mesmo, Wojciechowski, e um sexto, de poemas traduzidos por ele, poemas de Szymborska e Dickinson, Rimbaud e Maiakóvski, Hölderlin e Baudelaire, Poe e Gandhi, cummings e Yeats, e de Shakespeare. Nos cinco conjuntos autorais - quase sempre líricos - ele faz uso de várias formas poéticas: as fixas (sonetos e haikus, talvez baladas, talvez trovas, talvez rondós, talvez odes) e também versos livres, mas quem disse que eu sei escandir poemas? Seus poemas explicitam uma alegria de viver, quase sempre são confessionais, transbordam fé na humanidade, no caótico inerente das paixões que nos conduzem nesta vida. Sou o menor dos anões neste assunto, ai de mim, mas da leitura dos poemas brota um sujeito que parece explorar o mundo sempre com olhos de menino, curioso, pleno, whitmaniano. Claro, eu precisaria conhecer mais cousas dele para ter a ambição de classificá-lo corretamente, mas quem disse que um poeta precisa ser entendido em todos seus matizes, em todas suas sutilezas. Vamos a ver se no futuro encontro mais cousas deste polonês errante. Vale! 
Registro #1469 (poesias #121) 
[início: 20/09/2019 - fim: 09/11/2019]
"Poemas de amor ainda", Antonio Thadeu Wojciechowski, Florianópolis: Bernúncia Editora, 1a. edição (2019), capa-dura 16x23 cm., 324 págs., ISBN: 978-65-80391-00-4

Um comentário:

Aguinaldo Medici Severino disse...

Abração Thadeu.
Estava de passagem por Curitiba e tive a sorte de ir ao lançamento do teu livro e aquele do Sergio/Monica/Leonardo. Bebi um bocado e dei muitas risadas. Tudo de bom para ti e teu pessoal.