Ganhei este livro de presente de aniversário. O autor é catalão e minha amiga Eliana me disse que eu devia ler algo dele antes de viajar a Barcelona. Estava envolvido com o Quarteto de Alexandria do Durrell e gostei da coincidência. Na última hora decidi levar o livro junto com a bagagem e li quase metade no avião. Agora, nestes dias longos, no metrô e nos ônibus catalães acabei terminando. Montalbán foi um escritor muito respeitado e influente, principalmente nos anos que se seguiram a redemocratização espanhola. Tem uma obra muito vasta, incluindo romances, poesias, ensaios, críticas gastronômicas e literárias, textos políticos e também sua produção acadêmica como professor de história na universidade autônama de barcelona. Mas este blog é sobre livros e não - quase infelizmente, posso dizer - sobre os escritores. Rosa de Alexandria é um dos livros da série Carvalho, um inspetor/detetive particular que tem um refinado sentido gastronômico e uma notável capacidade de entender a psicologia de assassinos, psicopatas, prostitutas e policiais. É um bom livro. Há um crime para ser solucionado e após várias peripécias somos apresentados ao assassino. Nada que você não tenho lido antes em Dashiell Hammett, em Patricia Highsmith, em Rubem Fonseca, etcetera e tal, mas é sempre bom ler algo de um escritor sobre o qual nunca havíamos lido nada. O interior da Catalunha é descrito de uma forma muito vívida e detalhes da transição do franquismo para o regime democrático são colocados de forma sutil. Há muito humor e ironia neste belo livrinho, que sempre vou associar a esta conturbada barcelona de hoje em dia. A Companhia das Letras lançou vários livros desta série Carvalho (é incrível como não podemos mesmo acompanhar tudo o que é lançado neste mundo vasto das letras). Para quem gosta de romances policiais é mesmo uma bela surpresa.
"A Rosa de Alexandria", Manuel Vázquez Montalbán, tradução de Rosa Freire d'Aguiar, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2006) ISBN: 85-359-0775-0
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