Luís Dill é jornalista, autor de uma obra já extensa e respeitada. A maioria de seus livros focam o universo dos jovens e a literatura policial. Comprei por acaso este "Tocata e fuga", publicado de 2007. Vi o livro e como já conhecia seu nome resolvi experimentar. Ele explicita que o livro reúne contos policiais, mas eles contam uma história maior, cujo mosaico o leitor não tem muita dificuldade em decifrar. Todas as histórias recortadas tem uma cota generosa de violência, mas nada que um brasileiro vivo já não tenha experimentado, ouvido ou lido. Há inclusive uma certa contenção formal nas histórias. Dill, ao não adjetivar demasiadamente o texto, permite que sigamos sem enfado e algo curiosos as pistas que ele deixa. "Tocata e fuga" deve algo ao cinema, claro, como pode-se verificar revendo filmes como "Pulp fiction" ou "Short cuts", exemplos bem conhecidos de como cada detalhe de um causo banal pode ter maior relevância quando percebemos a verdadeira história que está sendo contada. É um livro que se lê com prazer. A violência não é discutida através de um personagem poderoso como o Bertran Tupra de Javier Marías (ando obcecado com ele, fazer o quê), mas transparece familiar e verossímil para o leitor destes tempos complicados. Vou procurar algo mais deste sujeito. [início 31/03/2011 - fim 04/04/2011]
"Tocata e fuga", Luís Dill, Rio de Janeiro: editora Bertrand Brasil, 1a. edição (2007), brochura 14x21 cm, 122 págs. ISBN: 978-85-286-1288-2
eu achei o livro ótimo. e tem citações do Bukowski. recomendo.
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