Byrata é cartunista dos bons, um cara industrioso. Sempre está envolvido com oficinas de histórias em quadrinhos, com projetos de divulgação do patrimônio paleontológico, ferroviário e aeronáutico da região de Santa Maria ou com a produção, edição e ilustração de livros. No meio disso tudo mantém a produção regular das suas histórias em quadrinhos. Ele inventou o personagem "Xiru Lautério" em meados dos anos 1970. O Xiru é um gaúcho adestrado à lida no campo, ao trato com os cavalos, os elementos, o clima. Não é arquétipo como um "Don Segundo Sombra", mas leva jeito. Há uns cinco anos Byrata publicou a primeira parte de uma aventura do Xiru com dinossauros. Um gaudério de almanaque, típico, pilchado na alma, envolvido com dinossauros extintos há 65 milhões de anos? Sim. É o inusitado da coisa que chama a atenção, mas a história se sustenta por conta do domínio que Byrata tem do formato, da narrativa, do traço. Segundo ele a produção dessa segunda parte envolveu quase quatrocentas tiras e oitocentos desenhos. Como ele é meticuloso e perfeccionista os esboços descartados devem ser contados na escala dos milhares. A história é divertida, fala de tecnologia e das tradições gaúchas. A surpresa foi encontrar ali uma consistente homenagem à música regional, campeira, num registro realmente forte. Haverá ainda histórias para contar com o Xiru e seu tordilho? Vamos a ver. Certamente Byrata irá produzir algo no futuro, mas por agora o Xiru vai é pelear solito no mercado dos livros e das letras. [início - fim
28/09/2011]
"Xirú Lautério e os dinossauros (parte 2 de 2)", Byrata (Jorge Ubiratã da Silva Lopes), Santa Maria: editora Rio das Letras,
1a. edição (2011), brochura 21x30 cm, 104 págs., sem ISBN
Mas bah, Aguinaldo! Muitas gracias pela resenha!
ResponderExcluirDa gosto de ler, não por eu ser o autor, o que me deixou faceiro por demais, mas por ver além, na carona de tua visão, o trabalho de quase uma vida.
Uma vez me disseram que "o autor não supera a obra", pensei nisso no trascorrer de minha existência e a cada dia que passa, essa frase me conforta mais, pois compreendo que o Xiru "garrou" vida própria e é como um filho que me dá muito prazer.
Se o "Patrão Velho" me permitir, outras aventuras do Xiru Lautério virão.
Grande abraço!