quarta-feira, 9 de maio de 2012

tocar los libros

Depois que li o surpreendente "Donde se guardan los libros" procurei outros livros de Jesús Marchamalo. Recebi este pequeno volume noutro dia e li durante o último final de semana, quase num fôlego só, lagarteando ao sol e bebericando. É um livro muito bem escrito, onde se fala do encantamento provocado pelos livros, como objeto de culto e como veículo de experiências que ninguém jamais nos roubará. Lembra um tanto os livros do bibliófilo brasileiro José Mindlin (No mundo dos livros; Uma vida entre livros). Marchamalo fala dos critérios que podem ser utilizados na organização de uma biblioteca; da acumulação deles em cada fase de nossas vidas; do necessário desapego que um sujeito deve ter, para de tempos em tempos desfazer-se de parte de seus livros; das processos de escolha dos livros que se deve ler; da miríade de livros que são publicados a cada minuto - algo que ele deve ao bom "Livros demais", de Gabriel Zaid; dos males que afetam os livros, destruíndo-os; das coisas que colocamos entre as páginas dos livros e esquecemos. Ele conta causos bem humorados, conversas que teve com escritores e bibliófilos espanhóis contemporâneos, do vício inerente e egoísmo supremo que é a leitura. "Tocar los libros" inclue boas ilustrações e só tem o defeito de ser mesmo muito breve (mas pode ser encontrado em pdf na página do Centro de profesores de Cuenca, onde foi publicado originalmente, ainda em 2001). [início - fim 06/05/2012]
"Tocar los libros", Jesús Marchamalo, Madrid: Fórcola ediciones, 2a. edição (2010), brochura 12x18 cm, 79 págs. ISBN: 978-84-936321-9-9 [edição original: Centro de profesores de Cuenca, Cuadernos de Mangana, número 29, 2001]

Um comentário:

  1. Há um livro chamado Ex-Libris: Confissões de uma Leitora Comum, a norte-americana Anne Fadiman, que se assemelha a essa descrição sua. Vale a leitura.

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