segunda-feira, 14 de outubro de 2013

carta sobre a felicidade

Esta pequena plaquete contém apenas uma carta, a do filósofo grego Epicuro a um de seus discípulos, Meneceu. A edição é bilíngue e inclui uma pequena apresentação, que contextualiza o que é discutido na carta frente ao conjunto da obra de Epicuro (a tradução e a apresentação são assinadas em dupla, por Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore). Resolvi lê-lo agora pois justamente esse texto é citado em um outro com o qual estou envolvido nestes dias: "Federico en su balcón", de Carlos Fuentes. Achei que era uma boa coincidência encontrá-lo e que valeria a pena entender um tanto mais sobre Epicuro antes de voltar às invenções de Fuentes. Em sua carta Epicuro apresenta basicamente o que poderíamos chamar de instruções, como a de que a prática da filosofia deve ser sempre cultivada; que não há nada a se temer sobre os deuses ou sobre a morte; que a felicidade é algo que pode ser alcançado; que a dor é suportável; que a prudência e o hedonismo são valores supremos. Claro que a filosofia de Epicuro deve ser algo muito mais complexo do que se depreende destas poucas instruções (que de resto são suficientemente genéricas para serem aplicadas às mais variadas situações). Interessante (mas viver no Brasil já é suficientemente terrível, cruel e aborrecido para que a busca pela felicidade possa ter alguma chance de sucesso como Epicuro parece defender tão alegremente). Talvez eu devesse ser um tanto mais disciplinado e estudar mais os gregos, conhecer melhor os filósofos, voltar aos clássicos, mas o quê fazer com os outros projetos? Paciência. Vamos em frente. 
[início - fim:04/10/2013]
"Carta sobre a felicidade: (a Meneceu)", Epicuro, tradução de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore, São Paulo: editora UNESP, 1a. edição (1997), brochura 10x14,5 cm., 52 págs., ISBN: 978-85-7139-397-4 [edição original: Ἐπίκουρος (300 a.c.), tradução para o português baseado na edição de Graziano Arrighetti 'Epicuro - Opere, Introduzione, testo critico, traduzione e note" (Classici della Filosofia) Turin: Einaudi, 1960]

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