Dalton Trevisan já tem 90 anos, continua recluso em sua Curitiba fundamental, escrevendo, insultando desafetos e ganhando prêmios. Meses atrás a revista Cândido (editada pela biblioteca pública do Paraná) apresentou uma boa matéria sobre ele (e seu confrade Rubem Fonseca, igualmente nonagenário). Nesse "A gorda do Tiki bar", de 2005, estão reunidos onze contos francamente pornográficos. Acho que foi o Ian McEwann (ou o Martin Amis, quem sabe?) quem disse que um bom teste para avaliar as qualidades de um escritor é ler como ele inclui relações sexuais em suas narrativas. Pois Daltan Trevisan jamais ganharia o Bad Sex Award (na verdade acho que nenhum escritor brasileiro ganharia dos ingleses nessas apostas puritanas). As histórias dele são realmente excitantes e divertidas. Gostei sobretudo de "Prova de redação", onde se narra os sucessos da paixão de uma professora de português por um péssimo aluno do ensino médio, de "Rita Ritinha Ritona" que descreve como uma garota bonita e sedutora se transforma por conta de um namorado conservador e de "Duas normalistas", onde duas amigas competem para descobrir qual delas ganha mais prazer numa tarde de orgia. Esse livro peguei emprestado com o Lippold há meses. É hora de devolver (estaremos algo cúmplices, como quando devolvíamos aqueles catecismos pornográficos do Carlos Zéfiro, tempos e tempos atrás).
[início: 25/08/2015 - fim: 26/08/2015]
[início: 25/08/2015 - fim: 26/08/2015]
"A gorda do Tiki bar", Dalton Trevisan, Porto Alegre: editora L&PM (pocket #476), 1a. edição (2005), brochura 11x18 cm., 98 págs., ISBN: 978-85-254-1475-1
Então vale a leitura?
ResponderExcluirsim tiago, diversão garantida.
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