quarta-feira, 13 de julho de 2016

senhor augustin

Do alemão Ingo Schulze já li o bom romance "Adam e Evelyn" e os contos reunidos em "Celular" (mas não aquele que a crítica diz ser seu melhor trabalho, o romance "Vidas novas"). Noutro dia encontrei esse livro dele dirigido ao público infanto-juvenil. Vi que uma das personagens do livro chama-se Clara, como minha sobrinha, para quem costumava comprar livros deste tipo quando ela era ainda pequena. Trata-se de uma história delicada, sobre um velho senhor que com sua extravagância e ações inusitadas provoca reações rudes de seus interlocutores. Ele perde coisas (chaves, um chapéu, um guarda-chuva, amigos), mas não por muito tempo, pois "as coisas nos abandonam e depois voltam para nós", ele ensina. Quando comete um ato insensato, sabe se desculpar, e quando sofre um acidente sabe ver algo bom, que mitiga um tanto seu desconforto e dor. O senhor Augustin ensina que recebemos coisas mesmo antes de desejá-las, mas que há vezes em que só percebemos isso muito tempo depois de já tê-las perdido ou esquecido. As ilustrações de Julia Penndorf, também ela alemã, são muito bonitas (acho que são colagens de folhas de papel recortado e/ou rasgado). Interessante mesmo. Acho que a Clara vai gostar, mesmo sendo agora uma moça mais alta do que esse velho e cansado tio.
[início - fim: 04/07/2016]
"Senhor Augustin", Ingo Schulze, tradução de Irene Fehrmann, ilustrações de Julia Penndorf, São Paulo: editora Cosac Naify, 1a. edição (2009), capa-dura 25x30,5, 40 págs., ISBN: 978-85-7503-863-5 [edição original: "Der Herr Augustin" (Berlin: Berlin Verlag GmbH) 2008]

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