sábado, 7 de março de 2020

cape town day by day

Passei uns dias na África do Sul em fevereiro passado (e fiz um registro aqui, do bom Guia DK). Depois da experiência mágica com os animais no Shiduli (no Karongwe Private Game Reserve) começamos a segunda parte do passeio, viajando quase 1.900 Km, de Hoedspruit, que fica a pouco menos de 150 Km da fronteira com Moçambique, no Nordeste sul-africano, até Cape Town. The Mother City, como os sul-africanos a chamam, é uma bela cidade do extremo sudoeste africano, segunda cidade do país em população e sede do poder legislativo sul-africano (cada um dos poderes tem sede em cidades diferentes: o executivo em Pretória, próxima a Johannesburg; o judiciário em Bloemfontein, no centro do país). A grande Cape Town tem aproximadamente 4 milhões de habitantes. Claro, não posso dizer que a conheci. Vi um tanto dos pontos turísticos mais óbvios: Table Moutain, o belíssimo porto (V&A Waterfront), a Greenmarket Square, o Company Gardens, o casario da Long street, a remota Cape Point, fustigada pelos ventos e neblina, as vinícolas de Constantia, Stellenbosh e Franschoek. É uma cidade muito bonita, com camadas de história e que atraiu ao longo do tempo pessoas de lugares muito diferentes (etnias diferentes, línguas diferentes, hábitos diferentes). Com a expertise do povo da Akilanga hospedei-me num bom hotel, o AC Marriot, fiz bons passeios, com guias. Fui a bons restaurantes, flanei sem culpa, como sempre deve ser. As pessoas são especialmente sorridentes e sempre falam entre si em línguas indecifráveis (são onze os idiomas oficiais da África do Sul). A questão do racismo paira sobre tudo (nos programas de TV, nos jornais, nos restaurantes e na periferia). Mas não tenho tino para fazer aqui sociologia selvagem, nem posso sintetizar adequadamente a miríade de coisas que vi (as opiniões que construímos quando visitamos um lugar novo, uma cidade nova, são frequentemente bestas demais para ter algum valor para os demais). Mas faço sim esse curto registro para dizer que este guia de viagem da Frommer's é realmente muito bom. Além dos mapas e da descrição dos passeios possíveis, o guia também oferece ao leitor muita informação histórica, sobre a geografia, descreve possibilidades práticas para o dia a dia, fatos e curiosidades. Agora que já conheci a África do Sul penso em um dia voltar, mas não para Cape Town. Gostaria fazer outros roteiros pelas reservas, mais safaris e aproveitar o silêncio das bush, cruzar a fronteira para ver as Cataratas de Vitória, ir a região leste, como Durban, lugares onde a influência indiana e malaia foi notável, conversar mais com as gentes, deixar-me levar pelos lugares sem a pressão do primeiro e inevitável enigma da chegada. Quem sabe. Vale!
Registro #1497 (turismo #14) 
[início 20/07/2019 - fim: 19/02/2020] 
"Frommer's Day by Day: Cape Town (book 115)", Lizzie Williams, West Sussex/England: John Wiley and Sons, 1a. edição (2009), brochura 10,5x18,5 cm, 184 págs., ISBN 978-0-470-72121-6

2 comentários:

  1. Posso imaginar como deve ser os lados de lá. Tenho um amigo que andou por estas bandas, com o adendo de Moçambique no pacote, e as impressões que ele trouxe, me tocaram muito, tamanha a pluralidade cultural do cone sul-africano. Após bandear pela Europa (depois desse vírus maldito arrefecer) pretendo conhecer ao menos Maputo. Imagino sua estupefação, é uma terra fascinante.

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  2. oi Paulo, como vais? DE fato vale a viagem. Se programe com calma, especialmente para os contrastes. abração.

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