quarta-feira, 4 de março de 2020

áfrica do sul

Quando se vê a África do Sul em um mapa convencional ela parece pequena, ali no extremo Sul do continente africano. Mas sua área equivale a soma dos estados brasileiros do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Minas Gerais, aproximadamente um sétimo da área do Brasil. Cape Point, o Cabo da Boa Esperança, no extremo Sudoeste do país, está aproximadamente na mesma latitude de Buenos Aires ou Montevidéu. Polokwane, a capital da província de Limpopo, no nordeste sul-africano, próximo a fronteira com Moçambique e Zimbábue, está aproximadamente na mesma latitude da cidade de São Paulo. Enfim, trata-se de um país enorme, de longas distâncias e muita variedade de paisagens, hábitos e gentes. Em fevereiro passado passei uns dias por lá. Começamos nosso passeio por uma reserva de observação de animais, o Karongwe Private Game Reserve, num Lodge/Hotel chamado Shiduli. Esse Lodge fica há 70 Km do aeroporto de Hoedspruit, que por sua vez fica a 450 Km do aeroporto de entrada, na capital do país, Johannesburg. A experiência de ver os animais de perto, fora de jaulas, não escondidos sob a deprimente lona de um circo, é impressionante. Mesmo que você tenha reservas contra a ideia de importunar animais que prefeririam viver sem serem importunados. Foram dias divertidos e de descanso, de descobertas e uma certa reeducação dos sentidos. Como sou obsessivo, preparei-me para a viagem lendo um bom guia de viagens. Na verdade juntei e li uns cinco ou seis, mas só farei o registro aqui deste, sobre a África do Sul, e de um outro, sobre a cidade de Cape Town. Assim como já havia feito quando de uma viagem para Berlim, em 2014, este Guia Visual da DK (do Grupo Penguin Randon House) mostrou ser a melhor das formas de antecipar um tanto os prazeres da viagem. Todas as indicações, informações, descrições importantes são ilustradas, as fotografias e os mapas realmente ajudam o leitor a se localizar-se espacialmente nos locais que visita. Os textos são também um tanto mais longos que aqueles típicos dos demais guias. Se obviamente não esgotam os temas, ao menos sugerem ao leitor as chaves necessárias para procurá-las rapidamente em outros lugares. As sessões do guia sobre a história do país, suas províncias, o enigma das distâncias e dificuldades de deslocamento, hospedagem, restaurantes e bares, locais para compras e serviços são objetivas, claras. As propostas para estadias feitas de acordo com o número de dias que o leitor ficará na cidade pareceram exequíveis, mas quem nos ajudou com os diabólicos detalhes foram o Miro e o povo da Akilanga. O que mais gostei nesse guia são as sessões dedicadas aos animais e a descrição dos muitos parques nacionais (sempre enormes) e espaços públicos. As plantas baixas e ilustrações levam o leitor pelo labirinto de cidades, casario, estradas, aeroportos. Claro, nada supera a experiência do encontro com as coisas reais ou mesmo a surpresa de um achado, de uma mudança de planos, de uma sugestão de última hora que acolhemos (ou somos forçados a aceitar). As coisas mais memoráveis de qualquer viagem são em geral produto de associações que cada indivíduo faz por acaso durante a sua e são intransferíveis para os demais. Todavia, aqueles que costumam viajar espiritualmente por meses antes de se atreverem a enfrentar controles de passaportes, máquinas de raios-X, o medo de perder malas e se acidentar, irão gostar deste guia, um tipo generoso, um bom companheiro de viagem. Vamos em frente. Hoje é o primeiro de meus dias com 59 anos, começo a aventura de vivê-los. Vale! 
Registro #1496 (turismo #13) 
[início 19/08/2019 - fim: 20/02/2020] 
"África do Sul: Guia Visual Folha de São Paulo", Vivien Crump (editora), São Paulo: Publifolha (Grupo Folha), 8a. edição (2017), brochura 13x22 cm, 464 págs., ISBN: 978-85-7402-364-9 [edição original: DK Eyewitness Travel Guide: South Africa, (London: Dorling Kindersley / Penguin Randon House) 1992, 2017

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