sexta-feira, 30 de novembro de 2007

anos 70

Perdi o lançamento deste livro de contos de Vitor Biasoli mas consegui uma dedicatória menos de uma semana depois, em nosso já tradicional encontro das quintas-feiras. A edição é da Movimento, bem cuidada, com apresentação e guardas escritas por amigos que são também leitores atentos. Os doze contos são curtos, acredito que escritos já há um certo tempo e burilados agora, com a mão de um autor já senhor de seu ofício. Os temas e o tratamento remetem o leitor a questões que eram caras a nós brasileiros nos anos 1970: a repressão política; as várias liberdades possíveis (política, artística, sexual); os conflitos entre pais e filhos. Há nostalgia nos contos mas o tratamento é sempre forte. Porto Alegre aparece explicitamente em um dos contos, mas é uma Porto Alegre triste e velha, provocando um amargor que ao menos para mim não é uma coisa ruim de se ter ao revirarmos estes baús e memórias. Em um ou outro (vigília; caminho sem volta; uísque sem gelo) o desfecho soa um tanto artificial e forçado, mas todos eles têm personagens fortes que ficam povoando nossa vida um tanto ao longo do tempo da leitura. Fico a pensar se o Vitor não guardou algum destes contos para ver se eles evoluiriam para um romance de aprendizado ou de formação. Esta é uma teoria boba na verdade. Basta o Vitor um dia me dizer que os contos foram todos escritos agora, novinhos como pão fresco, que eu perco a teoria e a razão. Mas que eu acho isto, lá isto eu acho. Belo livro.
Uísque sem Gelo, Vitor Biasoli, editora Movimento, 1a. edição (2007) ISBN: 978-85-7195-110-5

economia

Comprei este livro quando ele já estava quase saindo de moda, ainda no ano passado. Li o artigo que me interessava "Para onde foram parar os criminosos", entendi e gostei do estilo de Steven Levitt, mas acabei esquecendo o livro em alguma estante, envolvido em outros projetos. No mês passado o governador do Rio de Janeiro reavivou a polêmica ao sugerir que a liberação do aborto pode ser utilizada como instrumento de combate a criminalidade. Foi um prato cheio para jornalistas e os palpiteiros de plantão. Meu amigo Samuel Pessoa (que havia me recomendado o livro originalmente) entrou na conversa, escreveu no Estadão a respeito e eu resolvi voltar ao livro para conferir os outros capítulos. O livro se defende sozinho. Levitt é um economista que faz associações entre agentes e fatos econômicos com muita originalidade e não é difícil se convencer das suas análises. Qualquer pessoa minimamente familiarizada com metodologia científica acompanha seu raciocínio. O livro têm uma longa seção de referências. Não se trata nem de longe de um livro cheio de achismos e opiniões impossíveis de serem comprovadas. Gostei particularmente do artigo sobre as relações entre professores e lutadores de sumô (entusiasta do sumô que sou) e do artigo sobre o fato de traficantes usualmente continuarem morando com as mães (ao menos os traficantes americanos fazem isto). Os artigos sobre a influência dos nomes de batismo na carreira e no sucesso das pessoas depende muito da demografia americana, portanto não acredito que possamos aplicar um modelo deste tipo em um país como o Brasil (talvez só daqui a algumas décadas, quando a engenharia social que o atual governo está promovendo a fórceps - utilizando conceitos medievais e tolos de raça e cor - estiver em pleno funcionamento, poderemos tentar fazer alguma ilação deste tipo). Enfim, é um livro gostoso de ler e que conta com a inteligência do leitor para decifrá-lo.
"Freakonomics", Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner, tradução de Regina Lyra, editora Campus, 7a. edição (2005) ISBN: 85-352-1504-2

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

campônios

Este livro é de uma brutalidade sem par. Acho que deveria dizer que é uma novela e não um romance, mas não tenho muita certeza da tecnicidade que permite esta separação entre estilos literários. "A Família de Pascual Duarte" tem pouco menos de 150 páginas e descreve a vida de um campones do interior profundo espanhol da primeira metade do século passado. A vida é tão dura e as circunstâncias impelem o personagem tão prontamente para sua desgraça particular que não podemos deixar de lembrar do mundo grego e das tragédias em série que engolfam deuses e heróis. O narrador da história é o próprio Pascual Duarte, que escreve algumas de suas lembranças na cela onde está esperando sua execução. Há algo que me lembrou o Guimarães Rosa, por conta do tom monocórdio com que o sujeito vai contando sua história, pouco modificando seu discurso mesmo na presença de algum eventual interlocutor. No final aparecem algumas cartas de outros personagens que auxiliam o leitor a entender algumas lacunas da história contada por Duarte. Este é um pequeno e poderoso livro, repleto de passagens memoráveis e cruéis, escrito como se o autor estivesse tomado por uma psicologia selvagem. Este é o livro de estréia de Camilo José Cela (que viria a se tornar um dos maiores escritores espanhóis do século passado e que ganhou o prêmio Nobel em1989). Foi escrito em 1942, discretamente publicado naqueles tempos bicudos da segunda guerra mundial, mas fez-se notar rapidamente e granjeou fama a seu autor. Curiosamente foi publicado no mesmo ano de "O Estrangeiro", de Albert Camus e têm muita semelhança com este outro intenso livro. Há destas coisas no mundo dos livros e dos escritores.
"A Família de Pascual Duarte", Camilo José Cela, tradução de Janer Cristaldo, editora Bertrand Brasil, 3a. edição (1995) ISBN: 85-286-0355-5

felinos

Este pequeno livrinho editado pela Publifolha faz parte daquela minha cota de bobagens solenes (mas despretenciosas) que tenho de ler de tempos em tempos. Na viagem para a feira do livro de Porto Alegre fiquei a ler o "Sobre a Verdade", tipo do livro que esgota um tanto o sujeito (há livros que simplesmente nos espancam intelectualmente). Depois de um destes, cheios de realidade real como gosto de dizer, há que se ler algo menos desgastante. Lá na sessão de infantis da feira achei este livro sobre gatos (mais um, fazer o quê?) e resolvi ler pois tinha planos de eventualmente mandá-lo para as catalanas se divertirem um tanto (mas mudei de idéia e vou mandar um outro, que é mais especial que este). Não é exatamente um manual sobre gatos ou uma enciclopédia sobre o mundo dos gatos. Trata-se de uma pequena compilação de histórias curtas sobre curiosidades, verdades e mitos sobre gatos. Quem já gosta de gatos certamente vai rir das descrições de seus hábitos e manias, bem como se identificar com os muitos admiradores deles. Não é o melhor livro que já li sobre gatos (eu sou um novato neste mundo, já que o Salem se adonou da Helga e passou a nos velar como um Buda há pouco mais de cinco anos apenas). De qualquer forma não deixa de ser um livro gostoso de ler e que tem sim alguma informação inédita para mim. Há uma página no final com referências, telefones de associações brasileiras dedicadas aos gatos e dicas de sites.
"Os Gatos Nem Sempre Caem Em Pé", Erin Barrett e Jack Mingo, tradução de Carlos Rosa, editora Publifolha, 1a. edição (2004) ISBN: 978-85-7402-600-X

terça-feira, 13 de novembro de 2007

verdade

Achei este livrinho na CESMA, um tanto sem querer. É mesmo um livro pequeno, 10x16cm, cento e poucas páginas, discreto na estante. Por sorte estava com don Robson ao lado que me disse na hora: "onde você achou? quero também um exemplar para mim!" Segundo ele Harry Frankfurt é um filósofo americano bastante respeitado (professor emérito em Princeton). Em meados dos anos 1980 publicou um livro traduzido no Brasil por "Sobre falar merda", que vendou muito no mundo todo. Sua idéia naquele livro é, (aparentemente, já que não li o livro, mas li sobre o livro) condenar a capacidade infinita que o homem moderno tem hoje de falar bobagens e platitudes sem fim sem o menor compromisso com a verdade. Mas este é um outro livro que eu vou ter de comprar e ler um dia destes. O que achei na CESMA é "Sobre a Verdade". Neste livro ele argumenta que a verdade sobre qualquer assunto e circunstância é de fato um bem muito importante para toda a humanidade e em hipótese alguma pode ser deixada de lado, permitindo que imbecis, néscios, sandeus, desmemoriados e embusteiros falem bobagens em seu lugar. O livro é pequeno o suficiente para não permitir muita digressão, mas certamente é convincente. Segundo ele o compromisso irrestrito com a verdade é o que separa racionalmente homens das bestas. Qualquer ser humano não comprometido com a verdade está assim preferindo voltar à nossas origens mais primitivas, fugindo das regras e do convívio social honesto. Para quem vive em um país especialmente perverso, onde a falsidade, o embuste e a mentira são mais do que moeda de troca circunstancial, mas o modo de vida da grande maioria da população, este é sim um livro importantíssimo. Gosto de dizer que na dúvida prefiro usar um taco de beisebol quando estou tratanto com imbecis. Não há meio termo: ou cultivamos nosso jardim de delícias e verdades ou voltamos a pastar nos capinzais da ignorância. Fundamental este livro. Longe de ser um panfleto é um pequeno roteiro de como devemos valorizar a verdade e até mesmo cultivar o hábito de verificar se estamos mesmo no caminho certo em cada escolha moral, em cada contrato, em cada decisão, em cada procedimento. Portanto, parece dizer ele aos canalhas de plantão, esqueçam esta quimera de acreditar existir meia ética, meia verdade, meia retidão: "É a verdade, estúpido!"
"Sobre a Verdade", Harry G. Frankfurt, tradução de Denise Bottmann, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2007) ISBN: 978-85-359-1073-5

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

segredos

Uma das coisas que sempre me impressionam é o quanto nossos amigos de longa data conhecem bem nossos hábitos mais entranhados, mesmo após anos de separação. Fui visitar a Sibele, quanta saudade, e ela me indicou (e emprestou ali na hora) este "de Veludo Cotelê e Jeans", dizendo que eu ia gostar. E não é que eu gostei mesmo! Li devagarinho, me acostumando com o estilo de David Sedaris. Ele é um humorista e radialista americado que já foi nominado ao Grammy (prêmio americano dedicado ao mundo da música e da mídia em rádio e televisão) e já vendeu milhões de cópias de seus livros. Talvez pelo fato das histórias de seus livros já terem sido contadas e recontadas no rádio e em seus shows humorísticos o ritmo seja tão cativante. São sempre reminiscências de momentos e situações curiosas vividas por ele, sua família, seus amigos. Dono de um humor sarcástico e auto-depreciativo Sedaris é o tipo de sujeito para quem não deveríamos nunca confidenciar algo que gostaríamos de manter em segredo. Mesmo as situações mais bizarras vividas por seus familiares são expostas sem pudor por ele. Há que se reconhecer que o tratamento que ele dá as histórias nos faz refletir sobre nossos próprios hábitos e reações no dia a dia, frente a situações similares. Seu estilo é pleno de bom gosto, cabe dizer. Este tipo de literatura dá a falsa sensação de improvisação e de ser fácil emular, mas é mesmo fruto de um talento muito particular e trabalho duro. Não que as histórias sejam artificiais (ou pareçam sê-lo), mas pelo inusitado das situações: um jogo de strip-poker entre garotos; o planos dos pais de comprar uma casa na praia, o parto difícil de uma cunhada, a vagabundagem dos anos na universidade, o desleixo do apartamento da irmã, a tia excêntrica que lhe paga uma viagem à Grécia. O livro é muito divertido, cheio de esquisitices, mas divertido. Obrigado Sibele.
"De Veludo Cotelê e Jeans", David Sedaris, tradução de Sérgio Flaksman, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2006) ISBN: 978-85-359-0813-7

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

nero

Se na viagem de ida a São Paulo li as aventuras do Capitão Alatristre e começei o "El Balneario", na volta optei por algo novo, que comprei na rodoviária, curioso que fiquei. Já havia ouvido falar de Rex Stout por conta de uma pesquisa que fiz tempos atrás sobre prêmios literários. Eu acredita que existiam o Nobel e mais um ou dois importantes, mas descobri que existem uns vinte pelo menos que são muito respeitados. Pois naquela época descobri que existe desde 1979 um prêmio chamado Nero Wolfe Awards exclusivo para autores de livros de mistério. Nero Wolfe é o nome de um personagem de Rex Stout, americano que viveu na primeira metade do século passado. Segundo consta ele escreveu mais de 70 livros. Seu personagem principal é portanto Nero Wolfe, um gordo detetive particular, maniático como poucos, que mal sai de sua casa e abandona seus hábitos estravagantes, mas que resolve enigmas e soluciona crimes como ninguém. Como todo herói desde o Quixote (sempre ele o Quixote assombrando quem tentar emular algo novo) Wolfe tem um auxiliar dedicado, um investigador chamado Archie Goodwin. A viagem de volta a Santa Maria foi longa, mas a leitura de "A Voz do Morto" foi rápida. É um livro bem escrito. Um crime acontece e as informações são levadas ao gabinete de leitura de Wolfe que, pacientemente, entre um jantar e o tempo dedicado ao cultivo de suas premiadas orquídeas, em um par de dias (e em pouco mais de 200 páginas) descobre a solução do enigma. Nada espetacular, nenhum fogos de artifício espoucando no céu, tudo se passa muito rapidamente. Não o linguajar, que certamente foi depurado pela tradução, mas certamente a ambientação da história me parece um tanto datada, afinal estamos falando de uma Nova Iorque dos anos 1940. Causam algum estranhamento muito dos procedimentos jurídicos, jornalísticos e policiais descritos no livro, mas paciência, não há o que reclamar, pois se estamos lendo uma recepção onde Hamlet está presente não podemos reclamar da decoração lúgubre ou do ressoar dos passos pelo chão áspero. Talvez um dia eu volte a ler algo mais de Rex Stout para conhecê-lo melhor (talvez em alguma outra rodoviária eu encontre um outro livro dele afinal), mas por enquanto tenho outras cositas para ler (estou a ler mas rapidamente que resenho, mas isto não é exatamente um problema).
"A Voz do Morto", Rex Stout, tradução de Daniel Argolo Estill, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2007) ISBN: 978-85-359-1098-8

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

dieta

Já escrevi aqui que uma das minhas alegrias neste ano foi ter sido apresentado aos livros de Manuel Vázquez Montalbán. Este volume da série Carvalho garimpei no site de sebos estantevirtual, "barratinho, barratinho". Acredito que veio diretamente de algum balaio porteño, uma excelente edição da editora Planeta Argentina, com direito a um curto ensaio sobre a gastronomia sempre presente nos livros de Montalbán no final. Uma das coisas que me impressiona é a variedade de seus temas e a vívida imaginação deste sujeito: ele sabe mesmo como contar uma história, por mais inverossível que pareça. Isto o difere em muito do Garcia-Roza por exemplo, que te deixa brabo com umas coincidencias, uns desfechos, umas soluções, que são mesmo de amargar. Publicado originalmente em meados dos anos 80, El Balneario se localizano início da segunda metade da série de livros com o personagem Carvalho, ou seja, se o autor já havia se mostrado um mestre na prosa, ganho muitos prêmios literários e já era senhor de uma reflexão madura e inteligente sobre a Espanha, o personagem já devia estar um tanto acima do peso após a dezena de livros onde a gastronomia é um personagem de apoio, funcional e onipresente definitivamente. Desta vez o detetive Carvalho está de férias em um spa, um balneário, seguindo os conselhos de seu médico para se desintoxicar, perder peso, relaxar da vida dura em Barcelona. Curiosamente não há propriamente receitas neste livro (se é que as sopas ralas da dieta do balneario podem ser consideradas quitutes gastronômicos). Mas é a ausência de comida e as implicações das dietas em cada indivíduo que dá ritmo ao livro. Como diz o personagem principal do livro em um lugar como este nada acontece até o preciso momento em que algo acontece. Não um, mas uma série de crimes acontece e o autor fica a se perguntar se é possível convencer um leitor da verossimilhança disto tudo. O Balneario me parece uma metáfora da Espanha, ainda dividida entre a aproximação com a riqueza da Europa e do Mercado Comum e seu passado de Ouro (nos séculos XVI e XVII) e de crises (na Guerra Civil e no Franquismo). Há muita discussão sobre o papel da política, das greves, da história e da luta de classes, na vida das pessoas comuns, mais simples. No final uma outra metáfora: um baile de máscaras, no encerramento do período de tratamento de todos os internos do balneário. Gostei muito da trama, do tema, do tratamento. Este é mesmo um outro belo livro de Vázquez Montalbán. Junto com este volume recebi também da estantevirtual uma edição cubana de "La Soledad del Manager", e em breve também o resenharei aqui.
El Balneario, Manuel Vázquez Montalbán, editorial Planeta (Argentina), 1a. edição (1997) ISBN: 950-742-961-1

terça-feira, 6 de novembro de 2007

capa e espada

Eu já resenhei um outro livro do Pérez-Reverte aqui, o "Limpeza de Sangue". Foi erro meu pois aquele era o segundo volume das aventuras deste personagem, Diego Alatristre y Tenorio, que já ganhou até versão no cinema e faz parte da cultura espanhola contemporânea. Demorei para encontrar este volume. Quando o fiz dei sorte, pois li em uma longa sentada, durante minha viagem de ônibus para São Paulo. Não há muito o que dizer além do que escrevi na resenha anterior. É mesmo um livro bem escrito, um romance honesto e bem movimentado, uma curiosa mistura de história e ficção. Um dos personagens principais é o Conde-Duque de Olivares, que eu sempre lembro por conta do enorme quadro do Velásquez que o Museu de Arte de São Paulo tem em seu acervo. Aliás o livro é recheado de personagens históricos: O próprio Príncipe de Gales, o Duque de Buckingham, os dramaturgo Lope de Vega e Luís de Gongora, o poeta Francisco de Quevedo, o pintor Diego Velásquez, Felipe IV, etc e tal. Verifiquei nos meus guardados e de fato parece que o pai do Príncipe de Gales à época (Jaime I) tinha interesse em uma aproximação entre Inglaterra e Espanha naquele início do século XVII. Neste volume ficamos sabendo sobre os motivos que levaram Diego Alatristre a acumular tantos inimigos ao longo da vida (bem como sua forma de conseguir a admiração de personagens poderosos que por fim discretamente o ajudam). O narrador é o mesmo Íñigo Balboa, um curioso basco, que também tem antepassados Galegos. Vários dos personagens estão lá no segundo volume esperando sua deixa. O suspense é mantido até o final. Aliás há uma certa ironia nas páginas finais, pois não podemos deixar de associar a honesta pesquisa histórica que se depreende do romance aos atuais desafios da sociedade espanhola. Uma das mágicas da literatura é não haver estilo e tema que não possam ser utilizados para se contar uma boa história e encantar o leitor. Belo livro.
"O Capitão Alatristre", Arturo Pérez-Reverte, tradução de Paulina Wacht e Ari Roitman, editora Companhia das Letras, 1a. edição (2006) ISBN: 978-85-359-0776-9