Luís Farinatti é historiador e professor universitário. "Verão no fim do mundo" é seu primeiro livro de ficção e com ele ganhou o prêmio da Associação Gaúcha de Escritores de narrativa curta, em 2019. São doze histórias, que gravitam questões e problemas de pessoas que vivem em cidades pequenas, ou que levam estas questões e problemas consigo, mesmo quando vivem em grandes cidades, ou no exterior. Há um tom amargo nelas, uma melancolia indisfarçada, mas não pieguice ou ingenuidade. Farinatti escreve bem, mas não se trata de um autor especialmente inventivo, que use um léxico muito vasto, ou que tente seduzir o leitor com achados linguísticos e expressões raras. Enfim, o texto é correto, que segue a convenção do conto e ele sabe bem conduzir as histórias. Gostei especialmente de "Tarde de domingo" e "Forasteiro", narrativas de inevitáveis, porém distintas, brutalidades, e de "Noite adentro", na qual um delegado divorciado enfrenta uma vez mais, em uma noite fria e sob neblina, seus demônios familiares. As histórias são curtas. Nem sei porque esse livro ficou tanto tempo entre os guardados, esperando para ser lido. Paciência. Parabéns meu caro Luís, ficou bom teu livro de estreia. Vamos a ver o que você recuperará dos baús familiares, dos ecos literários que brotam da memória. Evoé! Vale!
Registro #1503 (contos #172) [início - fim: 02/03/2019]
"Verão no fim do mundo", Luís Augusto Farinatti, Caxias do Sul: Belas Letras (selo Modelo de Nuvem), 1a. edição (2018), brochura 12x18 cm., 136 págs., ISBN: 978-85-8174-432-2
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