São duas argumentações, duas idéias, bem curtas e auto-referentes, que Enrique Vila-Matas decidiu por alguma razão publicar na forma de uma pequena plaquete (chamar de livro seria um abuso, claro) e não incluir em uma coletânia de ensaios e crônicas. Na primeira, "Ella era Hemingway", o narrador - do que pode ser um curto ensaio, uma crônica ou um conto - descreve seu assombro com sua própria incapacidade de entender um conto de Hemingway (e entender, sobretudo, porque este afirmava ser "Cat in the rain" o melhor conto já escrito). Na segunda argumentação, "No soy Auster", o narrador (que talvez seja o Vila-Matas real) fala sobre o que o aproxima e o que o distingue de Paul Auster, escritor americano que certamente o Vila-Matas real admira (há um vídeo muito bom no YouTube onde ambos são entrevistados, onde aprendemos que ambos compartilham muitas obsessões e vivências). Não há o que acrescentar. As duas histórias apresentam ao leitor como Vila-Matas opera: tudo pode ser ficcionalizado, tudo pode alcançar ter valor literário, tudo pode ser discutido e argumentado. Vamos em frente. [início/fim: 06/12/2011]
"Ella era Hemingway. No soy Auster", Enrique Vila-Matas, Barcelona: ediciones Alfabia,
3a. edição (2011), brochura 10x14 cm, 32 págs. ISBN:
978-84-612-4973-2 [edição original: Alfabia (Barcelona) 2008]
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