quarta-feira, 9 de novembro de 2016

guinness

Esse é o centésimo registro de leitura do ano (e o milésimo centésimo décimo quarto desde janeiro de 2007). Haverá apenas uns poucos mais até o 31 de dezembro e aí a primeira década deste blog estará encerrada. Bueno. Para comemorar escrevo sobre "Guinness", livro que acompanhou-me solidário, por semanas de alegrias e aborrecimentos, de calor e frio, desde a época do Bloomsday deste ano. O livro me fez lembrar que assim como o Mercat de la Boqueria é a catedral dos sentidos daqueles que visitam Barcelona, a gigantesca sede da cervejaria Guinness é a catedral dos sentidos daqueles que visitam Dublin. Antes mesmo de cruzar o umbral da St. James's Gate o visitante sabe que está sobre o efeito de algum tipo de encantamento, pois conhecerá onde começou a aventura da produção de uma das mais celebradas cervejas do mundo. O autor, Bill Yenne, dedicou vários anos à produção deste livro, tendo tido acesso aos centenários arquivos de produção da cervejaria e a entrevistas com seu atual mestre cervejeiro. Em capítulos curtos ele conta uma miríade de histórias, desde a mais importante, que é a de como um jovem empresário de Kildare, Arthur Guinness, mudou-se para Dublin e em 1759 começou a produzir suas cervejas escuras e amargas até aquela que dá conta de quantas pessoas visitam as instalações da cervejaria por ano (trata-se do maior destino turístico atual da Irlanda em número absoluto de visitantes). Os capítulos são tematicamente equilibrados, falam da história da companhia; da técnica de produção de cervejas; da política, economia e cultura irlandesa dos 250 anos de existência da cervejaria; dos investimentos em pubs e fábricas; das contínuas inovações tecnológicas; da química do processo de fermentação das cervejas; da associação do nome da companhia ao famoso livro de recordes; dos agressivos investimentos em design e marketing; da expansão da marca pelos cinco continentes; das vendas e lucratividade da companhia; das sucessões familiares e de como após duzentos e cinquenta anos a Guinness tornou-se parte do maior conglomerado do setor de bebidas do mundo, a Diageo. Claro, nada substitui o prazer de degustar uma Guinness, mas o sujeito aprende um bocado lendo esse livro, principalmente sobre as técnicas de produção e as diferenças entre a Guinness (que é do tipo stout) e as demais cervejas escuras de alta fermentação. Acho que não é necessário mais do que isso para deixar o sujeito de bom humor. Sláinte. 
[início: 16/06/2016 - fim: 08/11/2016]
"Guinness: The 250-year quest for the perfect pint", Bill Yenne, Hoboken / New Jersey: John Wiley and Sons, 1a. edição (2007), capa-dura 16x23,5 cm., 250 págs., ISBN: 978-0-470-12052-1

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns, você é um leitor voraz!