sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

macau

Li esse pequeno livro de poemas por indicação de don Caetano Galindo. Li há tempos, ainda na segunda metade de setembro, mas só agora me atrevo a registrar algo. Nesse meio tempo li os poemas novíssimos brasileiros compilados por Claudio Daniel, li o Lustra, do Ezra Pound, li o Uma viagem à Índia, do Gonçalo Tavares, e os resenhei de pronto, quase sempre, mas o pequeno livro do Britto teimava em não me oferecer uma abertura, um gancho para encaixar minhas idéias sobre ele. Mas o ano está a terminar e é tempo de colocar a casa em ordem. Vencedor do prêmio Brasil Telecon de poesia em 2004, "Macau" enfeixa quatroze poemas produzidos na virada do milênio, entre 1998 e 2003. São poemas curtos, econômicos, mas de uma potência que derruba o leitor vagabundo, que não se concentra nas estruturas, nas construções e propostas do autor. As imagens, as situações descritas, as metáforas, tudo aquilo que torna a boa poesia sempre um nocaute, sempre um assombro, encontramos distribuídos sem parcimônia por todo o livro. Britto chega a ser irritante por fazer parecer que tudo o que produz é um feito corriqueiro. Não há temas menores, falta de ritmo, repetições, aborrecimentos, tudo o que encontramos aqui parece ter o poder nos alegrar e surpreender. Grande livro. [início 17/09/2011 - fim 30/09/2011]
"Macau", Paulo Henriques Britto, São Paulo: editora Companhia das Letras (2a. edição) 2006, brochura 12,5x18,5, 80 págs. ISBN: 85-359-0694-0

Um comentário:

vera maria disse...

Macau é uma obra prima, amei esse livro quando o li,
um abraço, ótimo Natal e Ano Novo com muito boas leituras,
clara