Como bem nos ensina Laís Chaffe nas orelhas deste livro: "... a boa literatura, não importa o tamanho, não nasce da correria". Pois 67 minicontos de Leonardo Brasiliense,
que começaram a ser gestados há mais de uma década, chegaram a ser
quase renegados, encontraram agora o registro físico em livro, num belo
volume editado pela Casa Verde e não por acaso chamado (desde 2008 pelo
menos) de "Corpos sem pressa". Leonardo fixa com palavras
imagens, recortes do cotidiano, epifanias, idéias que espocam e brotam
do branco das páginas. Os títulos são parte importante das curtas
histórias, complementando, justificando, invertendo ou negando o que é
dito no texto. As histórias são leves, corriqueiras, não há nada de
grotesco ou fantástico nelas. Em algumas há uma preocupação filosófica
com as coisas da vida, noutras é antes o olhar bem humorado sobre o
acaso ou desenho dos acontecimentos da vida. Contrariando a proposta do
livro li quase tudo num fôlego só pela primeira vez, mas retornei a ele
com calma nas últimas semanas para conferir a imanência de algo seminal
nos minicontos. E essa força ainda estava lá. Belo livro.
[início: 30/05/2014 - fim: 18/06/2014]
"Corpos sem pressa", Leonardo Brasiliense, Porto Alegre: Editora Casa Verde (série Lilliput, volume 9), 1a. edição (2014), brochura 12x18 cm., 86 págs., ISBN: 978-85-99063-25-5.
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