quinta-feira, 14 de maio de 2015

perros e hijos de perra

Arturo Pérez-Reverte escreve os domingos, desde o início dos anos 1990, numa revista chamada Xl Semanal, usualmente encartada nos jornais do grupo espanhol Vocento. São centenas os artigos, sobre os mais variados assuntos. Dele já resenhei, além dos romances, uma compilação de artigos náuticos: "Los barcos se pierden en terra". Neste seu "Perros e hijos de perra" estão reunidos 22 desses artigos, publicados entre 1993 e 2014. São crônicas ligeiras, que dão conta de um sujeito que na dúvida entre respeitar um cão ou um homem sempre escolherá o cão ("Cuando uno de nosotros desaparece del mapa, el mundo no piede gran cosa; (...) pero cada vez que muere un buen perro, todo se vuelve más desleal y sombrío"). Há crônicas zangadas, quase panfletárias, sempre contra aqueles que demasiado egoístas e/ou canalhas, abandonam nas férias de verão os cães que presentearam aos filhos no dia de Natal (há também crônicas que acusam o poder público de descaso ou omissão nos crimes desta natureza). Mas há também aquelas mais sentimentais, doces, que falam com alegria da cumplicidade que une gente como ele aos cães com os quais convive (Pérez-Reverte consegue não descambar para o melodramático, mas chega um bocado perto). O livro inclui umas poucas ilustrações de Augusto Ferrer-Dalmau. É o tipo de livro que alegra o sujeito que está aborrecido após um dia de trabalho e não quer enfrentar a estupidez reinante que é divulgada pela televisão. Em tempo:  Sou de outra natureza, pouco sei de cães, nunca convivi com eles. Aprendi algo lendo don Arturo, claro. É que fui adestrado (por gatos) apenas na nobre arte de conviver com gatos e contar das maravilhas desse convívio. Vamos em frente. 
[início: 12/04/2015 - 29/04/2015]
"Perros e hijos de perra", Arturo Pérez-Reverte, ilustrações de Augusto Ferrer-Dalmau, Barcelona: Alfaguara / Penguin Random House Groupo Editorial, 1a. edição (2014), capa-dura 14,5x21,5 cm., 157 págs., ISBN: 978-84-204-1786-8

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