quarta-feira, 4 de setembro de 2013

nací

Em "Nací" estão reunidos pequenos textos muito diferentes entre si: são exercícios de memória e/ou autobiografia; argumentos para livros, artigos e comunicações orais em eventos; transcrições de registros radiofônicos; entrevistas; notas críticas sobre projetos literários de terceiros. Quem conhece os livros de Perec (aqueles gerados a partir de sua filiação ao OuLiPo) irá divertir-se com estes textos, que são mais descompromissados, esclarecem um tanto de seu método de trabalho e não cobram muito esforço do leitor (exatamente o contrário do que encontramos em suas poderosas narrativas, como "A vida: modo de usar"). Claro, há algo de amalucado em tudo o que ele escreve, ou melhor, algo que incomoda o leitor pelo inusitado das associações, nunca deixando-o indiferente. Mas se você está com saudades do bom humor, das férias, precisando ficar afastado de aborrecimentos e preocupações é óbvio que encontrará neste livro um bom descanso na loucura. Sempre que leio algo de Perec lembro de Yves Souche, amigo da Física e dos bons vinhos, com quem partilhei conversas agradáveis sobre literatura. A bientôt Yves!
[início: 18/08/2013 - fim: 20/08/2013]
"Nací: textos de la memoria y el olvido", Georges Perec, tradução de Diego Guerrero, Madrid: Abada editores (Coleccíon "Voces"), 2a. edição (2008), 12x16,5 cm., 117 págs., ISBN: 978-854-96258-81-5 [edição original: Je suis né (Paris: Éditions Du Seuil) 1990]

Nenhum comentário: