Pode ser que alguém ainda fique impressionado ao ler sobre sujeitos amalucados, trapaceiros e drogaditos, bebedeiras e traficantes, idiotas ligados a seitas religiosas, viciados em games e escatologia, mas definitivamente eu não consigo. Claro, eu sou um velho e cansado senhor, que já experimentou sua cota de literatura auto indulgente nesta vida, mas já se cansou destes malabaristas do verbo, simples assim. "Digam a satã que o recado foi entendido" é bem escrito, tem um par de bons diálogos e arrisca alguns experimentalismos interessantes, mas seus personagens e sobretudo os rasos dilemas existenciais que eles vivem são um porre só. O leitor precisa ser muito condescendente para continuar após as páginas iniciais e chegar ao fim do livro (que é pequeno afinal de contas). Nem vou me dar ao trabalho de descrever as tramas da narrativa e falar sobre o protagonista da história, Magnus Fortes, um sujeito que organiza roteiros turísticos alternativos em Dublin com a ajuda de dois amigos. Talvez seja o caso de esquecer de vez este livro bizarro. Nunca havia lido nada de Daniel Pellizzari, sobre quem tinha boas referências. Paciência. Talvez este livro seja apenas um desvio irrelevante de uma produção melhor, talvez, um dia veremos.
[início: 02/08/2013 - fim: 19/10/2013]
"Digam a satã que o recado foi entendido", Daniel Pellizzari, São Paulo: editora Companhia das Letras (coleção Amores Expressos), 1a. edição (2013), brochura 14x21 cm., 178 págs., ISBN: 978-85-359-2289-9
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