Este é um livro para se ler um tanto por vez, por acaso, sem açodamentos. Alexei Bueno reune nele parte das traduções que fez nos últimos vinte, trinta anos. A mais antiga é de 1980 e a mais recente de 2011. Não são muitas a bem da verdade (são doze autores e trinta e seis poemas no total, mas o conjunto funciona bem junto, trata-se de um livro bom de se ter à mão). A edição, bilíngue, oferece ao leitor a chance de experimentar as soluções de Alexei e tentar imaginar as suas (traduzir - ou mesmo tentar ler algo em outra língua - sempre é um jogo que diz muito de nós mesmos, de nossa história, educação e escolhas, de nossas filiações, sonhos e desejos). Alexei é também ele um poeta, atua como editor e crítico literário há tempos. Sobre os autores que escolheu traduzir não há reparos a fazer, do inglês ele oferece cousas de William Shakespeare (como um tradutor pode fugir dele, sempre soberbo?), Henry W. Longfellow, Alfred Tennyson e Edgar Allan Poe; do francês Gérard de Nerval (enigmático e mágico), Stephane Mallarmé e Boris Vian; do alemão Ludwig Uhland; do espanhol San Juan de La Cruz e José Asunción Silva (dois poetas separados por três séculos) e do italiano Torquato Tasso e Giacomo Leopardi. Num mundo amalucado, cruel e torpe, a poesia sempre ajuda a inspirar humanidade em um sujeito. A edição inclui um prefácio assinado pelo autor e pequenas biografias dos autores traduzidos, o que ajuda muito o leitor a localizar a origem dos poemas. Belo livro.
[início: 14/03/2013 - fim: 01/07/2013]
"Cinco séculos de poesia - edição bilíngue", Alexei Bueno, Rio de Janeiro: editora Record, 1a. edição (2012), brochura 14x21 cm., 143 págs., ISBN: 978-85- 01-09861-0
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