A ideia até que é bacana, as ilustrações bonitas, mas não gostei desse "Monstruário", de Katia Canton. Sou um velho e cansado leitor, já se sabe, talvez não saiba exatamente por quais caminhos se deve sensibilizar os jovens para lhes possibilitar compreensão de temas complexos. Paciência. Katia Canton nos oferece um catálogo com doze tipos de monstros modernos, que assombram gente jovem e adultos, como não, também disponibilizando um antídoto adequado aos efeitos perniciosos provocados por eles. Os doze monstros de seu catálogo são alegorias de vícios, emoções dolorosas ou manias bem humanas, como o medo, a gula, a raiva, a ansiedade, a mentira, a culpa, o preconceito, a falta de autoestima, a depressão (e de todas as demais variantes possíveis). Funciona se o leitor entender o jogo, aquilo que não é explicitado no texto ou nas ilustrações. Talvez se uma pessoa mais velha lesse as histórias, como num conto de fadas, o efeito seja apreciável. Todavia, acho difícil que um adolescente, que é quem mais é afetado por estes males da contemporaneidade, aceite que um adulto leia em voz alta um livro para eles. Se para as crianças os argumentos utilizados são sutis demais para o real entendimento e se para um adolescente soam pueris, aborrecidos, talvez o livro só funcione para pais adultos, que precisam de alguma informação para entender as variações no humor de seus filhos. Muitos talvez para um livro só. Vamos em frente. Vale!
Registro #1328 (infanto-juvenil #47) [início - fim: 07/09/2018]
"Monstruário", Katia Canton, ilustrações de Maurício Negro, São Paulo: Editora DCL, 1a. edição (2013), brochura 16x23 cm., 32 págs.,
ISBN: 978-85-368-1593-0
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