Fazia tempo que não lia (até o final) um livro tão ruim. Que bobagem sem fim, que caça-níqueis bobo. Só segui até o fim pois queria conferir até onde Heloísa Seixas e Ruy Castro seriam capazes de enfileirar suas vaidades mirradas e requentar suas histórias de viagens. Que a vaidade esteja na motivação de tudo que é humano entende-se (e isso mitiga minha raiva contra os autores), mas o caso de quem entendeu ser editorialmente defensável publicar esse livro pertence a categoria dos vícios e perversões, como a da ganância e da cupidez. Em "Terramarear" encontramos trinta e quatro textos (bastante heterogeneos) marginalmente aparentados à relatos de viagens. São textos que falam majoritariamente de cinema e música, mas também de literatura, gastronomia, hotelaria. É um livro de causos, boutades, histórias que sempre pedem um final engraçadinho ou inusitado. A maioria dos textos são coisas velhas (dos anos 1980 e 1990). Mesmo os que foram escrito recentemente dão conta de viagens antigas. Mais de um terço do livro enfeixa histórias passadas há vinte anos em quatro cidades: Nova Iorque, Paris, Lisboa e Moscou. Talvez os textos tivessem algum frescor (jornalístico) quando foram publicados originalmente, mas em 2011 as histórias soam anacrônicas e aborrecidas. E a sensação de déjà-vu contamina até os relatos de viagens mais recentes. Patético, muito ruim mesmo. Arre! [início 12/09/2011 - fim
14/09/2011]
"Terramarear: peripécias de dois turistas culturais", Ruy Castro, Heloisa Seixas,
São Paulo: editora Companhia das Letras,
1a. edição (2011), brochura 14x21 cm, 213 págs. ISBN: 978-85-359-1933-2
Um comentário:
me salvou! gosto muito das crônicas do Ruy Castro na folha e, provavelmente, mais cedo ou mais tarde, eu compraria esse livro. me poupou a carteira e a paciência. continue com suas resenhas! abs
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