Hoje se comemora o dia em que James Joyce nasceu (na Brighton Square de Rathgar, um subúrbio de Dublin, em 1882). Em sua homenagem resolvi reler o "Giacomo Joyce" (numa versão espanhola desta vez, que encontrei ano passado na livraria La Central, em Madrid, e trouxe comigo nesta nova viagem, sobre a qual contarei depois). Li esse livro pela primeira vez numa tradução de Paulo Leminski publicada pela Brasiliense, depois outra tradução, assinada por José Antônio Arantes, publicada pela Iluminuras, e mais recentemente uma terceira, assinada por Roberto Schmitt-Prym. Na verdade reencontrei e reli as mirradas páginas desse livro tantas e tantas vezes, sempre com alegria e espanto. Trata-se de uma pequena jóia, publicada postumamente. Richard Elmann, o conhecido biógrafo de Joyce, afirmou certa vez que "Giacomo Joyce" é "uma tentativa de educação sentimental de uma jovem italiana". Mas Joyce nunca fez chegar até sua amada de ocasião (Amalia Popper, uma de suas alunas de inglês em Trieste), essas poucas páginas de aforismos, reflexões, poemas em prosa, escritas em 1914 e somente encontradas por seu irmão Stanislaus em 1968, muito anos após sua morte. Nessa edição, além da tradução do texto encontramos prólogo muito bem escrito, assinado por Liliana Herr. "Giacomo Joyce" é sim para se ler com calma, saboreando as imagens, os sons que são pelo texto inspirados, aproveitando ao máximo a concisão e os efeitos provocados pela visão de uma bela e jovem mulher sobre um homem cuja imaginação não conhecia limites.
[início - fim: 02/02/2015]
"Giacomo Joyce", James Joyce, tradução de Micaela Ortelli, Buenos Aires: Ediciones Godot Argentina, 1a. edição (2013), brochura 10,5x12 cm., 80 págs., ISBN: 978-987-1489-68-8-1[edição original: Giacomo Joyce (Londres: Faber and Faber) 1968]
Nenhum comentário:
Postar um comentário