terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

nas fronteiras da ficção


Vamos a ver. Meu manual de boas maneiras diz que cortesias devem ser respondidas com cortesias, mas deve haver um razoável equilíbrio no processo de reciprocidade às cortesias. Pois bem. Recebi dos gentis e industriosos editores da santamariense Arquétipos Tríade Editorial, um exemplar do Projeto AIC – Metamorfose, de Lion Goya. E recebi em um dia feliz, de muita conversa boa e troca de experiências. Eu já conhecia o livro pelo comentário dos amigos. O projeto editorial é ambicioso, agressivo, ousado mesmo. Os banners e o material de apoio distribuídos quando do lançamento do livro no final do ano passado deixaram todos os colegas do conselho da CESMA e das reuniões do café impressionados. Saber que a editora é santamariense torna o projeto ainda mais louvável. É este o tipo de coisa que se espera dos jovens empresarios santamarienses: que apostem mesmo seu dinheiro em projetos sérios e inovadores, sem apoio do fácil dinheiro público. Nas últimas semanas tive minha cota de pesada de leitura: O livro do Magnoli me prendeu um bocado, o descanso com os poemas da Emily Dickinson foi só um aperitivo para os altos cumes do "Menina Má" doVargas Llosa, e o segundo Jeeves do ano, foi pura e fugaz diversão. Mas sobre tudo isto eu já escrevi no blog antes e não há mais nada a acrescentar, pois o tom do blog é fazer mesmo apenas curtas resenhasdas minhas experiências com os livros que vou lendo neste ano quente e agitado. Por conta desta cota de leitura o livro do Goya foi ficandopara trás, mas entre um Jeeves e outro cismei de começá-lo. Começei na quinta-feira mesmo, dia 08, quando terminei o segundo Jeeves e estou aqui a escrever na segunda, dia 12, quando vou começar um novo Jeeves.
Projeto AIC – Metamorfose é um livro fácil de ler e bem estruturado, mas com notas e guias de leitura que expõem toda a ossatura doprojeto: os objetivos, o processo editorial, as preocupações estéticasdo autor e o que é definido pelos editores e pelo autor por "projeto psicodinâmico do livro". Acontece que eu acho que há muitasimprecisões e mesmo afirmações no livro que não podem ser simplesmente relevadas. Como o livro é de ficção e deve ser lido como tal, toda liberdade criativa e narrativa é possível e todo compromisso com ofactual e o mundo real pode ser esquecido, em nome da infinita capacidade humana de criar novos mundos. Mas como posso ler um livroque registra tantas vezes argumentos pseudo-científicos sem sair com meu taco de beisebol mental pronto para o revide? Os apêndices nãoficcionais do livro não podem deixariam dúvida, por exemplo, de que nunca houve comprovação científica da existência de vida extraterrestre; de que formações circulares em plantações são obra de nós Homo Sapiens Sapiens e não de alienígenas; de que não há a menor evidência científica da existência de cura para HIV; de que não há comprovação científica que o HIV é obra de cientistas; de que mediunidade é uma impossibilidade e arma de charlatães; de que animais não ficaram sabendo "antes" do tsunami que atingiu a Ásia em 2005; de que a Igreja não é uma necessidade inata do homem pelo fato dele conviver com mitos religiosos há 100.000 anos e por aí, neste tom, eu poderia seguir por longos parágrafos, citando vários temas que são totalmente pseudo-científicos, inaceitáveis mesmo. Isto me faz acreditar que Projeto AIC – Metamorfose seria um livro pelo qual teria menos reservas caso todos os "extras", os "apêndices", que ganham nome variados como notas, glossário, curiosidades, entrelinhas, e, principalmente, a sessão inteira chamada "bastidores do projeto", fossem simplesmente eliminados. Mas isto seria questionar o próprio projeto editorial que viabilizou o livro e sua divulgação. Acredito mesmo que se cada um dos leitores tivesse a chance de construir por si mesmo algum entendimento do livro este último se salvaria como uma obra de ficção válida, já que os apêndices parecem apenas forçar o leitor a acreditar em bobagens olímpicas e inverdades científicas que fazem qualquer pessoa familiarizadas com estes temas a se afastar do livro com raiva (como dizia a Dorothy Parker que devemos fazer com alguns livros). Bom divertimento mas, por favor, não termine este livro acreditando em tolices, aprecie sim o enredo, que é mesmo repleto de conexões originais entre temas distintos, alguns muito conhecidos, mas muitos outros genuínos e novos, garimpados de forma ousada pelo autor. É isto.
Projeto AIC - Metamorfose, Lion Goya, editora Arquétipos TRED, 1a. edição (2006) ISBN: 85-60294-00-7

6 comentários:

Anônimo disse...

Caro Aguinaldo,

Acabei de ler a tua resenha e é impossível não refletir sobre as tuas palavras. E como acho adequado, dentro do nosso relacionamento transparente, resolvi escrever este comentário. Por favor, observe que a tua resenha apresenta uma série de paradoxos. Veja os exemplos:
1) A tua preocupação em evidenciar que a obra é de ficção foi nossa desde o início, inclusive enfatizamos isso na Nota do Editor, nas primeiras páginas do livro. Portanto, não existem “reparos... importantes para o bom entendimento de uma obra que no final é mesmo de ficção”, pois nunca foi almejado que a obra fosse algo diferente disso.
2) “Acontece que eu acho que há muitas imprecisões e mesmo afirmações no livro que não podem ser simplesmente relevadas... Mas como posso ler um livro que registra tantas vezes argumentos pseudo-científicos sem sair com meu taco de beisebol mental pronto para o revide?” e “aí, neste tom, eu poderia seguir por longos parágrafos, citando vários temas que são totalmente pseudo-científicos, inaceitáveis mesmo” e tu mesmo te anulas com a frase: “Como o livro é de ficção e deve ser lido como tal, toda liberdade criativa e narrativa é possível e todo compromisso com o factual e o mundo real pode ser esquecido, em nome da infinita capacidade humana de criar novos mundos”. O que é isso, Aguinaldo? Estás parecendo a Igreja Católica, e cria polêmica sem aceitar o simples fato de ser um livro de ficção. Se o livro te irritou diga isso e só. Mas não te contradizes. Agora, não inventa moda e diz que estamos querendo vender o livro como uma obra que está repleta de verdades e está disfarçada de ficção. Não sei o que houve contigo quando leu, mas sério, tu “viajaste”.
3) “Isto me faz acreditar que Projeto AIC – Metamorfose seria um livro pelo qual teria menos reservas caso todos os "extras", os ‘apêndices’, que ganham nomes variados como notas, glossário, curiosidades, entrelinhas, e, principalmente, a sessão inteira chamada "bastidores do projeto", fossem simplesmente eliminados.” Aguinaldo, o nosso projeto foi baseado na estrutura do DVD. O que isso significa Aguinaldo, que assim como no DVD (que quem não está a fim de ver os Extras não vê) se tu não estiveres disposto a ler os Extras e os Apêndices, ninguém ficará chateado contigo, pelo contrário. Significa que o material escolhido para permanecer na trama principal realmente foi bem selecionado. Portanto, o que tu dizes é uma completa besteira, visto que até o tom dos Extras (com títulos bem destacados) são todos diferentes do corpo de texto normal e os bastidores do projeto só aparecem quando a história acabou. Não fechaste o livro por que não quiseste. A idéia é que esse conjunto de soluções editoriais seja apenas acessório e não fundamental. E ao contrário do que dizes, o crítico da Zero Hora aprovou a utilização dos Extras.
4) “Acredito mesmo que se cada um dos leitores tivesse a chance de construir por si mesmo algum entendimento do livro este último se salvaria como uma obra de ficção válida”. Sim, Aguinaldo, tu achas que o livro é o quê? Tu não precisas provar para os outros que o livro é de ficção, pois acredite: TODOS JÁ SABEM DISSO.
Atenciosamente,

Adriana Essvein Gaspary
Editora Executiva
Arquétipos Tred

Anônimo disse...

O CONTRA PONTO

"Matéria publicada na Folha de Blumenau de 31 de janeiro/2007 por Cristiane Soethe"


Inconsciente coletivo
Escritor gaúcho lança obra que lembra tema explorado por Orwell


Uma facção terrorista age contra a manipulação do inconsciente coletivo pelas instituições que detém o poder, realizando atentados em diversas partes do mundo. No Brasil, um grupo de investigadores - entre os profissionais, um psiquiatra especialista no comportamento de assassinos em série - tenta desvendar os casos, mas acaba entrando num verdadeiro jogo de xadrez, no qual ele se torna uma peça chave. Esse é o fundamento da trama de Projeto AIC Metamorfose.
A história é complexa, exigindo atenção, comprometimento e reflexão do leitor. Ela envolve temas polêmicos, paradigmas universais como fé, feminismo, cura para o HIV, nazismo, questionando as “verdades dominantes” no mundo. Para isso, utiliza-se de fatos históricos e fictícios. O mistério envolve até mesmo o nome do autor, escondido sob o pseudônimo Lion Goya. Para manter a identidade secreta, ele só se comunica por e-mail e foi assim que concedeu entrevista à Folha de Blumenau.
O livro, editado pela Arquétipos Tríade Editorial, do Rio Grande do Sul, é ousado. Impossível não pensar na comparação entre Goya e o escritor americano Dan Brown, que também mistura realidade e ficção, entrelaçando teorias. No entanto, o Projeto AIC é multi-temático e utiliza pesquisas reais para justificar a trama, criando, segundo Goya, espaço para reflexões em outras dimensões.
Lion Goya que, assim como o personagem principal, é um psiquiatra gaúcho diz que sofreu influências, além de Dan Brown, de Sidney Sheldon, Ken Follet, Jim Horrism, Lya Luft e Luis Fernando Veríssimo. Mas, embora ele não cite, fica evidente também uma relação tanto da formatação do livro quanto da história com o clássico 1984, de George Orwell, que criou um universo utilizando elementos como controle do inconsciente dos indivíduos, manipulação da memória e a manutenção do poder por um grupo dominante. Assim como no Projeto AIC, Orwell traz na sua obra um apêndice com vocabulários e explicações extras. O livro do escritor gaúcho aprofunda ainda mais essas informações adicionais, falando também sobre a concepção da obra.

Nossos desejos são realmente nossos?

Esse talvez seja o principal questionamento do leitor após deleitar-se com as 464 páginas do Projeto AIC. “Desde este primeiro momento de vida, recebemos o peso dos sonhos dos outros. Todos vivemos assim. O que acredito é que algumas pessoas, ao longo da história da humanidade, aprenderam a arte de direcionar a massa populacional e, a cada dia em que a história avança, esta arte se refina”, assinala Lion Goya.
O mais interessante é que a história causa inquietação por mexer com paradigmas, com imagens e conceitos estruturados e aos quais estamos acostumados a conviver no dia-a-dia, sem discuti-los. “Espero que, ocorrendo a reflexão, o leitor possa compreender um pouco mais de si, da sociedade e do seu tempo. Se eu conseguir isso, já estou mais do que satisfeito”, aponta o autor.

Anônimo disse...

CONTRA PONTO II


Suspense em novo formato

O livro ‘Projeto AIC – Metamorfose’ se inspira no modelo DVD

Daniela Castro (FOLHA DA BAHIA EM 07/01/2007)

Um agricultor do interior do Rio Grande do Sul observa desolado sua plantação de soja, maldizendo a falta de chuva e tentando contabilizar os prejuízos decorrentes de mais uma safra malsucedida. Mas, caminhando em direção oposta, seu capataz encontra mais que um amontoado de mudas atrofiadas. Bem no meio do terreno, um círculo rigorosamente perfeito deixara no chão uma marca de aproximadamente 15 metros de diâmetro que até o dia anterior não estava ali. Só que isso não é tudo. Há outras duas formas idênticas logo adiante e, no centro de uma delas, o corpo esquartejado de uma mulher.
É com esse misterioso acontecimento que o escritor gaúcho Lion Goya começa a tecer a trama de Projeto AIC – Metamorfose, que marca sua estréia na literatura e a chegada da editora Arquétipos Tred ao mercado brasileiro. O mote do romance é justamente a investigação do sinistro homicídio, que leva o leitor por uma viagem que começa pelas especulações sobre a ligação dos chamados “círculos ingleses” com uma possível presença alienígena na região. Quem conduz é Gabriel Liamonge, um psiquiatra de 42 anos, que é intimado a assumir o caso um dia depois de defender sua tese de doutorado em psicopatologia de assassinos em série.
Não bastasse o inusitado da história, o lançamento traz a tiracolo um punhado de peculiaridades. A principal delas é que trata-se de um produto a introduzir na literatura um formato até então familiar somente aos audiovisuais. Como uma espécie de DVD impresso, a publicação traz lista dos principais tópicos abordados, índice dividido em seções e extras ao final de cada capítulo. “Desenvolvemos a nova formatação editorial com a finalidade de agradar os leitores, com uma proposta mais em sintonia com a dinâmica do século XXI”, diz Adriana Gaspary, que responde junto com o marido João Francisco Pollo Gaspary pela editora criada ano passado.
“Além disso, percebemos que a nossa estratégia é excelente também para os escritores. Porque, ao invés de rejeitarmos o seu trabalho ou impor a redução do conteúdo, acolhemos e possibilitamos uma real assistência ao escritor, permitindo um espaço para a maturação da sua obra”, defende a editora, que sustenta que a Arquétipos Tred chega para competir com a literatura internacional de entretenimento. Adriana conta com o aval do autor de Projeto AIC – Metamorfose, amigo do casal, que explica que a sugestão foi acatada depois de uma série de testes com leitores, nos quais ficou provado que o excesso de informações técnicas no corpo do texto prejudicava o ritmo da leitura.
Ele garante também que não sofreu nenhum tipo de intervenção em sua obra. “Houve ajustes, sim, feitos por mim, mas eram necessários e quem, na verdade, direcionava-os era o meu próprio público-alvo. Meus editores permitiam que pessoas que eu gostaria que lessem, tivessem possibilidade de votar. Se este livro ficou claro e acessível é porque este processo todo funcionou”, defende Lion Goya, na verdade pseudônimo de um psiquiatra gaúcho de 32 anos, que prefere se manter no anonimato.
“Optei em impedir a projeção natural do perfil do protagonista para o perfil do homem que desenvolveu o personagem. Quando a projeção acontece, dificulta para o leitor buscar um pouco de si no personagem”, justifica. A escolha faz parte do projeto psicodinâmico que o autor diz ter servido de base para a criação da história, em cujo miolo está um certo Ataque ao Inconsciente Coletivo, cuja sigla dá título ao livro. A discussão ganha corpo ao longo de pouco mais de 460 páginas, que acompanham a investigação do crime e os inesperados rumos que ela toma depois que Liamonge se vê no centro de um esquema de conspiração dirigido por terroristas.
Ao redor do debate sobre a manipulação do inconsciente coletivo gravita um emaranhado de temas: ataques biológicos, transplantes de órgãos, nazismo, religiosidade, HIV, família, ética. A colcha de retalhos ainda inclui discussões sobre o comportamento humano, que passam por terrenos como o complexo de Édipo e os efeitos da traição. Apostando no sucesso do primeiro rebento, autor e editora já anunciam para outubro o lançamento de Projeto AIC – Holocausto, que dará continuidade à trama.
***
FICHA
Livro: Projeto AIC –
Metamorfose
Autor: Lion Goya
Editora: Arquétipos Tred
Preço: R$44,90 (463 páginas)

Anônimo disse...

CONTRA PONTO III

Diário do Nordeste
Fortaleza, Ceará | Domingo | 31 de Dezembro de 2006

Cultura

ROMANCE
Um corpo, círculos e buscas especulativas

CARLOS AUGUSTO VIANA
Editor

O homem habita uma floresta de mitos. Nesse sentido, o mundo natural, com freqüência, se vê, invadido por elementos sobrenaturais.

Antes do texto em si, o livro já nos chama a atenção a partir de sua concepção editorial. Assim, a própria capa já funciona como uma espécie de epígrafe da obra, uma vez que insinua mistérios, inquietações, reflexões, jogos. Internamente, a fragmentação do romance em tópicos, entrelaçando à trama principal elementos secundários que a justificam, todos acompanhados de subtítulos, bem como a cronologia dos acontecimentos, tudo são recursos inovadores que, ainda sem a leitura, já apontam ao leitor a natureza da trama.

A narrativa parte da seguinte situação-problema: o psiquiatra Gabriel Liamonge, uma vez concluído o seu doutoramento em Psicopatologia - concentrada esta no estudo dos assassinos em série -, é chamado a usar seus conhecimentos no sentido de esclarecer um crime.

Numa cidade vizinha, uma jovem fora esquartejada; e seu corpo, abandonado numa plantação de soja, onde grandes formações circulares insinuavam a intrigante , pelo menos, passagem de seres alienígenas.

O romance parte de um prólogo: desolado, o agroprodutor Araújo depara a seca que corrói sua plantação. Seu capataz, Celso, distraído, assusta-se ao contemplar a paisagem. Surge, depois, um corpo de mulher - o que os deixa com a voz engasgada. À trama unem-se as informações extraordinárias, postas num glossário e num bloco de curiosidades. Todos os capítulos são introduzidos por epígrafes, cuja finalidade é a de orientar o leitor para a natureza da trama ou, se não, simplesmente pô-lo diante da atmosfera que a envolverá. Já no primeiro momento, lemos, de Oscar Wilde: ´A máscara diz mais do que a face´, alertando, assim, o leitor para o fato que, na vida social, há um permanente embate entre fatores externos e internos, pois, muitas vezes, o ser humano é obrigado a dissimular emoções, sentimentos, crenças, visando, com isso, livrar-se do olho da opinião pública.

Eufórico, o protagonista recorda-se que, no dia anterior, defendera sua tese de doutorado, orgulhoso de sua performance. Ainda bem, pois, nos últimos tempos, muitos infortúnios o envolveram. Encontra uma mulher (conhecera-a há três dias), Vivian, que lhe entrega uma intimação da polícia.

Em breves movimentos, o leitor já entra em contado com a complexidade do protagonista, concebido à semelhança das personagens realistas críticas, uma vez que não aceita o mundo, nem a si mesmo. Vive em meio a uma série de conflitos, quer de natureza íntima, quer de natureza social. Experimenta sucessivos momentos de estranhamento, principalmente advindos de sua incapacidade de relacionar-se com os outros.

Sendo uma narrativa de suspense, entrecruzando mistérios e enigmas, o romance ´Projeto AIC - Metamorfose´, de Lion Goya, alia à ficção registros históricos e conhecimento científico. O autor recorre, com freqüência, a termos da Ciência, como teoria quântica, técnicas de estudo do DNA, eletromioestimulação, estase sanguínea. Inúmeras, também, são as informações que implicam curiosidades, tais como: ´Várias doenças infecciosas virais e bacterianas podem ser transmitidas pela mordida humana, incluindo hepatite B e C, herpes, sífilis e tétano. Cerca de 10-15% das pessoas mordidas por humanos desenvolvem infecção´ (p.301).

Esse romance se inscreve como um curioso mosaico. Em torno de crimes, de suspeição de inimigos alienígenas, corre, também, uma ação plena da condição humana. Muitas as indagações: aqueles círculos, na plantação de soja, foram ou não feitos por humanos? Seriam eles a chave facilitadora da comunicação dos humanos com os extraterrestes? Um de seus temas, portanto, é o da busca da verdade. Mas, como esta apresenta sempre múltiplas faces, muitas vezes se deixa apreender com caminhos tortos; por isso, o leitor, ao longo da narrativa, há de palmilhar falsas trilhas e surpreender-se.

Ronai Rocha disse...

Isto aqui está ficando um belo blog, Mestre Guina. Eu aceitaria um empréstimo desse polemizado livro para ler e dar um palpite. Tenho a mesma simpatia e respeito por um trabalho desse tamanho feito aqui nas redondezas; e a melhor forma de respeito, nesses casos, talvez seja a gente ler o cujo e dizer o que pensa, assim no mais. Eu, como sabes, desgostei da GMCS10 ou cousa que o valha, no primeiro parágrafo, e usei isso como desculpa para não ir adiante. Quem sabe me emprestas esse volume aí? Quanto à Emily, escolhe umas linhas dela para provocar a gente? Minha ultima leitura no gênero foi a Florbela Espanca, "que sou eu neste mundo? A deserdada, a que prendeu nas mãos todo o luar, a vida inteira, o sonho, a terra, o mar e que, ao abri-las, não encontrou nada".
Um forte abraço, R.

Anônimo disse...

Depois de ler tantas pessoas entendidas no livro, resenhas, blogueiros de plantão, vou dar a minha opinião na minha especialidade, leitor. Quando 200 mil leitores broncos ou sabidos gostam de um livro, quem se importa com a opinião dos entendidos. dos escolados?Tudo é papo furado...
Pena que no Brasil existem mais leitores broncos.Por isso, livrinhos de auto-ajuda a " a la Augusto Cury" apinham as livrarias.Pobre povo...
Quando um livro com o formato de " O projeto AIC-metamorfose" disputa o mercado, a sofisticação do enredo labiríntico sempre confude os aficcionados por superficialidades ou palavras bonitas.Este suspense conspiratório deveria ser lançado em 2050, quando as pessoas estiverem um pouco mais evoluídas.É informação de ordem psicológica, que mexe com o inconsciente coletivo da manada., que por não saber explicar o mal-estar, rechaça!
Gostei de uma passagem do livro que fala sobre o determinismo do QI dos gênios, que vêem o mundo de uma posição única, enquanto a massa de QIs 87 ficam reverberando opiniões prontas. Grande sacada. Num país de analfabetos literários, de QI de 87, o projeto AIC - metamorfose" é um projeto além do seu tempo,ousado demais, amarrando tantas estórias e histórias que um leitor desavisado até acredita! Eu mesmo me perdi umas três vezes.
Quando ao processo editorial, a finalização do projeto, o formato em DVD, achei interessante e gostoso de manusear. Ultimamente considero o livro um dos melhores que já li. Parabéns ao autor e a editora pela coragem de romper a mesmice dos projetos editoriais brasileiros, sempre cópias dos escritores de fora. Agora temos um gaúcho que tomou coragem de defender com maestria os talentos que temos! Grande abraço!