Foi o Marcelo Sahea, poeta de consistentes experimentos linguísticos, visuais e sonoros, quem fez propaganda deste livro de poemas do poderoso catalão Joan Brossa, artista de múltiplos talentos. Encomendei e fui lendo aos poucos, sem método ou disciplina, mas com muito deleite. A edição é belíssima. O tradutor, Ronald Polito, compilou estes 99 poemas de um conjunto de dezessete livros, publicados entre 1950 e 1996. Isto torna este conjunto bastante representativo da produção poética de Brossa. A edição é bilíngue, mas por mais que me empenhe em decifrar o catalão não aproveito de verdade nada da presença dos originais (mas doña Natália me prometeu ler alguns em voz alta, logo veremos). São poemas em versos livres, não metrificados (pena não haver nada nada dos curiosos poemas visuais que tanto contribuiram para a fama de Brossa, mas não se pode ter tudo na vida). Estes poemas falam de coisas simples, do amor e do trabalho, do próprio ofício do poeta, de um cotidiano calmo mas que evoca reflexões fortes. A edição inclui uma bibliografia, um posfácio bastante instrutivo do tradutor e mais uns textos de apresentação que de fato tornam este um precioso livro. Abrossas, como escreve o Sahea! [início 21/04/2010 - fim 01/06/2010]
"99 poemas", Joan Brossa, tradução de Ronald Polito, editora Annablume (selo Demônio Negro), 1a. edição (2009), capa-dura 16x23 cm, 193 págs. ISBN: 978-85-7419-994-8
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