Depois do baque com o livro anterior (do Demétrio Magnoli, repleto de "realidade real", como ele mesmo alcunhou) resolvi que devia ler algo diferente, como naquelas ocasiões onde precisamos tirar um sabor amargo da boca antes de se aventurar por algum prato novo. Este belo livro de poemas já estava frequentando minha mesa de cabeceira havia umas boas semanas. A Emily Dickinson entrou no meu imaginário com um livro da Camille Paglia chamado Personas Sexuais. Aprendi ali a me envolver com as imagens fantásticas de uma mulher muito enigmática mas de voz sonante. Nesta edição há 245 dos quase 2000 poemas que ela escreveu. A tradução é de José Lino, que assina uma introdução muito boa de ler. Há também um prefácio de Paulo Henriques Britto, igualmente útil ao leitor inexperiente na moça de Amherst (Massachusetts). Não é um livro para se ler de uma vez, mas sim para se abrir ao acaso e tentar entender suas sugestões. Já me aventurei por cerca de 50 dos poemas, quando tiver terminado escreverei um tanto mais aqui. Gosto de ler quando pego o ônibus que passa pela "faixa nova" pois fico aproveitando a mata verde ao redor para ajudar-me a refletir sobre as imagens que ela é capaz de produzir. Este é meu jeito vulgar de ler poesia quase-metafísica, mas decididamente bela poesia. Daqui há algum tempo vou escrever um tanto mais.
"Alguns Poemas", Emily Dickinson, tradução de José Lira, editora Iluminuras, 1a. edição (2006) ISBN: 85-7321254-3
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