terça-feira, 2 de outubro de 2007

carioquices

Quem me apresentou a este livro foi don Frank Missell, que agora é um habitante eventual do bairro peixoto e se sente feliz no Rio de Janeiro com um peixe nas ondas de um mar. Por sugestão dele comprei este livro quando estava com planos de ir ao Rio, participar do LAW3M. Li algumas partes ainda em trânsito e com os sucessos dos passeios com minhas anfitriãs Cristina e Taiane, bem como Guto, Gabriela e Samuel, ele se revelou muito útil mesmo. Acabei deixando de presente para Cristina, amiga de muitas baladas e que realmente é apaixonada pelo Rio de Janeiro sentimental que todo brasileiro deve conhecer, mas logo encomendei outro à CESMA. Noutro dia uma lembrança de lá me fez voltar ao livro e acabei de lê-lo, aproveitando as muitas receitas que ele oferece. O formato deste misto de guia turístico e gastronômico da cidade do Rio de Janeiro é um tanto diferente das edições anteriores. Aqui o foco são os petiscos e as comidas de bar, os bolinhos de bacalhau, a carne-seca, as casquinhas de siri, a feijoada, o cabrito, a rabada. Descritos os pratos e as receitas o guia dá sugestões dos lugares onde aquele petisco ou prato em especial é melhor servido na cidade ou, ao menos, servido da forma mais tradicional e consagrada. A memória gastronômica de cada um de nós é sempre surpreendente. Marx dizia que somente conhecemos um povo ao tomarmos contato com seu pão e seu vinho. Se é que ele estava certo, no caso específico dos cariocas, somente vamos entendê-los ao compartilharmos seus bolinhos de camarão, seu chopp, sua carne-seca, seu caldinho de feijão, sua caipirinha. Este belo livro, cuja diagramação e ilustrações lembram um tanto a poluição visual típica deixada pelas quinquilharias dos botecos reais mais "pé sujos" é de fato muito bonito e sem dúvida editado com bom gosto. Como nas edições anteriores temos uma seção de serviços bem feita, com os horários de funcionamento e o endereço completo de todos os bares e restaurantes citados. Há espaços generosos ao longo do livro para fazermos nossas anotações, registrarmos nossas experiências pessoais. Meu exemplar virou uma espécie de diário atrasado daquela experiência, com lembranças da Tasca do Edgar, do Lamas, do Belmonte, do Bar Luiz, do Bracarense, do Jobi, do Garota de Ipanema, do Nova Capela. Mas do que isto um diário dos passeios pelas praias e a água de coco das manhãs longas de agosto. Eu confesso que gostaria de uma edição de bolso, com uns bons mapas nas guardas para facilitar a aventura de percorrer estes templos sagrados da gastronomia brazuca, mas esta é só uma idéia de um viajor contumaz. Belo livro.
Rio Botequim, os melhores petiscos e comidas de bar, Guilherme Studart, editora Casa da Palavra, 7a. edi ção (2006) ISBN: 85-77-3402-52

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