quarta-feira, 16 de junho de 2010

arquimedes

Bueno. Hoje é o dia de Bloom, um Bloomsday. Logo mais vamos comemorar, discutir o Ulysses, falar da Irlanda, de literatura, de James Joyce, como fazemos por aqui desde 1994. No meio dos festejos vamos lançar um livro, "Arquimedes", publicado pela editora Movimento. Mas eu, que sou o menor dos anões desta paróquia, talvez não devesse fazer uma resenha de um livro, um romance, do qual participei do começo ao fim. Alertado já de meu eventual cabotinismo é o leitor quem decidirá se vale a pena seguir. É tempo. "Arquimedes" é um romance coletivo. O Athos Cunha teve a idéia original: emular um Bloomsday em Santa Maria, registrando um tanto da cidade no dia em que a CESMA foi fundada. Por acaso e sorte este dia é o mesmo 16 de junho que Joyce utilizou para contar a história do Ulysses. Feliz coincidência. Athos criou o personagem, deu nome e sobrenome a ele e apresentou-o com uma história algo crível. Não exatamente seguindo os passos de Leopold Bloom a idéia era usar este personagem para lembrar em prosa a Santa Maria de 1978. Para navegar por ela como Bloom fez em Dublin seu personagem funde aspectos tanto de Bloom quanto de Stephen Dedalus. Arquimedes, um professor do nível médio, toma café da manhã com sua mulher, sai para dar aulas, lê um jornal, reflete sobre os causos da política e sobre o dia que tem pela frente. A partir daí o texto seguiu para os demais autores. Cada um por seu turno fez uma contribuição que toma mais ou menos duas horas do dia de Arquimedes. Ao Athos seguiu-se o Candinho, depois Tânia, Raul, Orlando, Zanatta e eu. Pedro Santos arremata o livro. Cada um contribuiu com seu estilo, vontade e idiosincrasias. Por vezes a história seguiu caminhos distintos daqueles trilhados por Bloom em 1904, noutros o enredo se inspirou mesmo naquilo que se encontra nas páginas do Ulysses. De qualquer forma a personagem principal é mesmo a cidade. Ambígua, à Santa Maria talvez possamos associar o mesmo epiteto que Joyce utilizava para se referir à Dublin (sua "Dear Dirty Dublin"), mas é o leitor familiarizado ou curioso com ela que deverá verificar o quão verossímel Santa Maria se apresenta no livro. Vamos a ver se ele se defende sozinho. Ah! Happy Bloomsday, to you and all. [início - fim 16/06/2010]
(http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=22148609&sid=114230128125124801012953&k5=7F5C7E5&uid=)
"Arquimedes", Athos Ronaldo Miralha da Cunha, Antônio Cândido de Azambuja Ribeiro, Tânio Lopes, Raul Giovani Cezar Maxwell, Orlando Fonseca, Humberto Gabbi Zanatta, Aguinaldo Medici Severino, Pedro Brum Santos, editora Movimento, 1a. edição (2010), brochura 14x21 cm, 102 págs. ISBN: 978-85-7196-159-4

5 comentários:

Unknown disse...

Fica o meu voto de muita sorte. Vou comprar o 'Arquimedes' e tirar as minhas conclusões. Como parte das comemorações do Bloomsday também.
Contribuirei para que ele se defenda sem ajuda dos pais. Abraços.

Ivan disse...

Prezado Aguinaldo:

surjo aqui por indicação do Djabal - parabéns pelo blog, e feliz Bloomsday para vocês aí em Santa Maria!

Fiquei curioso e vou tentar adquirir o "Arquimedes": a ideia me pareceu muito boa!

Unknown disse...

Aguinaldo, não há do quê. Será que você pode me enviar a obra. Eu faço um depósito no local indicado por você, assim as coisas ficariam mais fáceis para eu ler. Que tal? Abraços e obrigado.

Athos Ronaldo Miralha da Cunha disse...

Meu caro Guina.
A festa do Bloomsday foi maravilhosa. E sinto que vencemos uma etapa. Ainda não sei se os leitores nos darão o retorno que imaginamos, mas executamos essa empreitada coletiva com prazer e dedicação. Prestamos nossa modesta homenagem ao Joyce. Com a certeza que outros livros serão produzidos.
abraços
Athos

Eduardo Lenz de Macedo disse...

Grande Guina! Parabéns pelo livro!! Guarda um exemplar pra mim!! Abração e sucesso!