Em "A memória vegetal" estão reunidos dezenove artigos, prefácios de livros, palestras e comunicações acadêmicas de Umberto Eco. São textos escritos entre 1988 e 2005, que tratam genericamente da bibliofilia, ou seja, do colecionismo, do amor ao livro enquanto objeto, enquanto coisa que se tem. Umberto Eco não fala de livros comuns, mas dos livros raros, dos incunábulos, dos livros da época de Gutenberg. Apesar de ler um ou outro dos artigos com curiosidade, a maioria deles é muito técnico. Na verdade, quase a totalidade dos artigos é monótona e irrelevante (porque um sujeito comum, não envolvido no elitista mercado dos colecionadores de livros raros, se interessaria na simples listagem dos livros do século XVIII que discutem se Shakespeare era Shakespeare ou se era Francis Bacon?, ou se interessaria na listagem de livros apresentados em um leilão que se realizou em 1997?). Claro, você sempre aprende algo em qualquer livro, mas por este eu me senti enganado, como se estivesse lendo não exatamente aquilo que esperava ler. Interessante mesmo só o artigo que dá nome ao livro (escrito em 1991, duas décadas atrás, na época das cavernas da cultura digital)., e um outro, onde Eco discute as diferenças entre bibliófilos, bibliômanos, biblioclastas, onde o leitor também encontrará alguma reflexão consistente sobre o mundo dos livros. Os demais são mesmo papel e tinta jogados fora, um desperdício, um caça-níqueis para trouxas compulsivos como eu. Arre! [início 13/11/2010 - fim 16/11/2010]
"A memória vegetal e outros escritos sobre bibliofiilia", Umberto Eco, tradução de Joana Angélica d´Avila, editora Record, 1a. edição (2010), brochura 13,5x21 cm, 271 págs. ISBN: 978-85-01-08332-6
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