sábado, 4 de julho de 2020

martini

Nestes dias funestos, abancado em casa, sem muita possibilidade de festejos etílicos, resolvi fazer um itinerário emocional, por minha memória, por minhas aventuras pelo universo dos coquetéis, dos combates de Baco, das transgressões. Vaguei por meus guardados, olhando sobretudo a seção dos livros dedicados aos prazeres, às aventuras, ao desejo. Esse "Martini", de Alexander Struminger, me acompanha há décadas, já li, emprestei, tive a sorte de receber de volta, mostrei em festas, desde os dias em que, titubeante, não me entendia entre continuar paulista, algo mundano ou tornar-me gáucho, provinciano como só neste estado se pode ser. Mas isso é história. Alas! Pois esse pequeno volume descreve a história, a mixologia, as receitas, os utensílios, as controvérsias, os procedimentos dos "bartenders" e a biografia de alguns dos grandes entusiastas deste icônico "cocktail". É um volume pequeno, fartamente ilustrado, que ensina o leitor a como aprender, a como melhor degustar os Dry Martinis, com a prática, o tempo, o exercício, o prazer. O certo deveria ser esta uma época de alegrias e descobertas, mas não, estamos aqui, neste baile macabro, contando mortos ao invés de contar bons momentos. Só mesmo algo intoxicado para suportar a estupidez reinante, a falta de caráter e bons modos, a notória vocação para a voluntária escravidão mental e subserviência à canalhas da grande maioria da população deste desgraçado país. Então, segue o baile, agora com uma taça de Martini à mão. Vale! 
Registro #1549 (gastronomia #44) 
[início: 17/05/2020 - fim: 22/05/2020] 
"Martini", Alexandre B. Struminger, New York: Todtri Productions, 1a. edição (1996), capa-dura 18,5x18,5 cm, 48 págs. ISBN: 1-57717-022-9

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