Este livro é de 3 anos atrás mas só fiquei sabendo de sua existência através de meus amigos lvireiros no último final de semana. Está esgotado na editora mas se acha aqui e ali nos sebos. Vendou milhões no mundo todo e o velho guina não ficou sabendo. Que coisa. Resolvi enfrentar o volume. A idéia é curiosa. Na Espanha franquista de meados do século passado um grupo de amantes de literatura se encarrega de guardar a memória de livros pouco vendidos, que cairiam no esquecimento caso não houvesse uma iniciativa deste tipo. Um garoto escolhe e lê um destes livros raros e se interessa por descobrir algo mais sobre o autor. A partir o ritmo é de novela policial, folhetinesco: cheio de desencontros, suspeitos, pessoas enigmáticas, vilões , moçinhas, segredos, mortes. Apesar do tema ser caro a todo aficcionado por literatura (o amor aos livros) este é um livro descartável, um "código da vinci" com pretensões ainda mais intelectuais. Claro que as descrições dos horrores da ditadura de Franco na Espnha são valiosas e gostamos de lembrar do prazer que a leitura dos primeiros livros provocou em cada um de nós, mas não é um livro que desafie minimamente o leitor, ou que o faça pensar um tanto mais sobre temas filosóficos, históricos ou mesmo contemporâneos. De qualquer forma o livro está lido e aqui segue mais uma resenha. Nota mental: claro que a editora objetiva não iria arriscar e editar algo não potencialmente vendável. Quero registrar uma outra informação que li noutro dia, dando conta do fato das grandes editoras nacionais estarem racionalizando tanto o processo de produção que mesmo um livro que por acaso venha a ser muito vendido e tenha sua edição esgotada, não interessa mais ser reeditado no curto prazo, pois o sistema editorial mantêm uma agenda de publicações quase inflexível. Tempos bicudos estes.
"A Sombra do Vento", Carlos Ruiz Zafón, tradução de Márcia Ribas, Editora Objetiva (selo Suma de Letras), 1a. edição (2004) ISBN: 978-85-7302-604-7
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Um comentário:
Aguinaldo, só agora li a tua resenha e concordo.
O autor até que é inventivo, mas denuncia seus limites, que tão bem apontaste, recorrendo à carta que aparece no final para explicar tudo o que não se sabia e, além do mais, é longuíssima, detalhada, com diálogos, ou seja, não é uma carta. Livrãozinho desnecessário...
Fiquei curioso sobre como a tradutora teria resolvido os tropeços "linguais" (não chegam a lingüísticos) do original, como "mentiras mientras" e "verdadero invernadero"... Talvez até os tenha melhorado. Como digo, a tradução tem seu papel, e o cumpre, mas é sempre outro livro, uma releitura. E quanto melhor o livro, mais se perde.
abraços
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