segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

adultérios

Neste livro da LP&M temos três peças curtas de Woody Allen, já representadas em teatros novaiorquinos, mas inéditas no Brasil. São histórias que têm parte daquilo que usualmente associamos a ele: humor, diálogos rápidos e ferinos, psicologia e judaismo, traições, metáforas sexuais, loucura, cabotinismo, o medo da velhice, a paranóia e a sofisticação, bem como o jogo arriscado entre realidade e ficção. A ação das peças se desenvolve rapidamente, cada personagem faz sua parte e o desfecho é sempre um tanto amargo (como de resto costuma acontecer na maioria dos filmes de Woody Allen). Todas envolvem triângulos (ou quartetos) amorosos que se modificam, entre acusações e chantagens, ao longo das peças. Em uma delas há um jogo metalinguístico, quando um dos personagens se confessa um personagem. Nada revolucionário, claro, mas divertido de ler. Apesar de ser um tanto suspeito para falar, pois gosto mesmo dos filmes (e dos livros) dele, acho que a leitura das peças funciona. Claro que a experiência de vê-las representadas é de outra natureza e deve proporcionar outra satisfação. Mas estamos muito longe de Manhattan (na verdade estamos muito longe da maioria dos produtos culturais dignos de nota, mas esta é outra história) para ficar esperando uma encenação destas peças por estes pagos. Paciência.
"Adultérios", Woody Allen, tradução de Cássia Zanon, editora LP&M, 1a. edição (2007) brochura 11x18cm, 198 pág., ISBN: 978-85-254-1696-4

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