Este pequeno livro é difícil de classificar. Durante um certo tempo foi atribuído a Chrétien de Troyes, mas hoje em dia esta idéia foi descartada e seu autor deverá continuar anônimo para sempre. Foi escrito originalmente em verso, mas a versão em português publicada pela Lacerda editores está em prosa (os editores incluiram na edição a versão original o texto em francês medieval - langue d'oïl - do século XII). Atribuir este texto a Troyes dava um status indevido ao texto, que de fato é bem tolo e simples (nada posso dizer do valor como poema, pois nada sei de langue d´oïl. Trata-se de um romance de cavalaria típico, onde se conta sucessos dos cavaleiros da Távala Redonda, dos caveleiros do rei Arthur. Lê-se este livrinho em um par de horas, sem problemas. O texto mistura narrativas que soam realistas e outras perfeitamente surreais, absurdas. A história segue o roteiro típico destas narrativas: um rei recebe uma inspiração divina e se afasta de seu reino, levando sua esposa grávida. Esta dá a luz a gêmeos e os quatro se dispersam, cada qual para uma nova vida, sem saber que os demais continuam vivos. Após anos de bizarras aventuras uma caçada na fronteira entre dois reinos em disputa faz com o acaso os reaproxime. O rei é novamente coroado em festa na poderosa Londres. Nada espetacular, apenas diversão para dias de tédio.
"Guilherme de Inglaterra", Chrétien de Troyes (atribuído a), tradução de Maria Angela Vilela, Lacerda editores (1a. edição) 1997, brochura 12x17, 136 págs. ISBN: 85-7384-006-4
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