Quem não sabe uma história ou outra dos livros de Alice, mesmo sem nunca ter aberto qualquer um deles? Os personagens e o enredo fazem parte de um imaginário coletivo. Afinal não é verdade que muitos falam da guerra entre troianos e gregos, de complexos como o de Édipo, repetem frases de Shakespeare ou emulam dúvidas sobre Capitu, sem nunca terem enfrentado a Ilíada, Freud ou Sófocles, Hamlet ou Machado de Assis. Lembro-me de ter ganho quando pequeno, em uma espécie de quermesse na escola, de um exemplar do "Alice no país das maravilhas" que tinha belas ilustrações coloridas coladas ao livro. Elas estavam quase todas soltas e eu arriscava minhas versões rabiscadas nos espaçõs vazios (depois eu as colei todas de volta). Naquela época eu já havia lido a versão do Monteiro Lobato, mas aquelas gravuras coloridas mudaram meu encantamento com a história. Recentemente a Cosac Naify lançou uma nova edição deste Alice, com tradução de Nicolau Sevcenko e com ilustrações belíssimas de Luiz Zerbini. Ele utilizou vários tipos de baralhos, recortando-os e montando-0s em dioramas que acompanham as histórias. É mesmo um prazer voltar às histórias de Alice, não importa a idade do sujeito e o humor do momento. Aos poucos somos levados ao mundo mágico de Lewis Carroll, que mais que responder, faz perguntas instigantes ao leitor, tornando a experiência com o livro uma espécie de visita a um parque de diversões. Não sei avaliar se esta tradução é mais criativa ou equilibrada, como diz Ana Maria Machado na apresentação do livro, mas diverti-me muito nos dias vagabundos de final de ano, acompanhando Alice para o fundo da terra e além. O livro conta com uma bibliografia bastante completa e uma lista de todos os grandes ilustradores do livro. Que tempo divertido. Que leitura deslumbrante. [início 28/12/2009 - fim 31/12/2009]
"Alice no país das maravilhas", Lewis Carroll, tradução de Nicolau Sevcenko, editora Cosac Naify, 1a. edição (2009), brochura 17x23 cm, 168 págs. ISBN: 978-85-7503-849-9
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