Comecei minhas férias de inverno pensando em reler "El desvío a Santiago", do Cees Nooteboom. Seria minha forma de comemorar este Año Jacobeo (ou Ano Xacobeo, como diria um gallego), relembrar as errâncias de Nooteboom pela sempre estival Espanha. Mas quando cheguei a Madrid e encontrei este Camilleri recém saído do forno (foi editado em abril deste ano) não resisti. Troquei de leitura ali no aeroporto mesmo (os livros sabem do quão volúveis somos e esperam nossa volta quase sempre com paciência). "La pista de arena" é um romance policial bem compacto. Montalbano encontra um cavalo morto em uma praia próximo a sua casa e se enreda no mundo hipócrita e violento das corridas de cavalos, das apostas clandestinas, da lavagem de dinheiro. Intrigas entre a máfia siciliana e a decadente burguesia do sul da Itália são descritas com algum sarcasmo no livro. Montalbano se mostra neste livro mais lascivo e sedutor (a idade fez bem ao sujeito). Ele consegue também livrar seu armeiro Galluzo de uma encrenca com seus superiores (o espírito de grupo, a unidade entre seus comandados, sempre é uma marca nas histórias de Camilleri). A trama se desenrola como se espera em uma novela policial, mas a miríade de nomes torna tudo mirabolante demais para o meu gosto. Paciência. [início 22/07/2010 - fim 25/07/2010]
"La pista de arena", Andrea Camilleri, tradução de María Antonia Menini Pagés, ediciones Salamandra, 1a. edição (2010), brochura 14x22 cm, 221 págs. ISBN: 978-84-9838-276-1
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