Li pela primeira vez "Giacomo Joyce" na já icônica tradução de Paulo Leminski, publicada pela Brasiliense em meados dos anos 1980. Era um livrinho pequeno, com pranchas em fac-símile dos originais espelhadas à tradução de Leminiski. A obra é pequena, foi publicada postumamente, após ter sido encontrada nos guardados do espólio de James Joyce (de sua mulher, Nora Barnacle, mais precisamente), em 1968 (as anotações são de 1914, do período em que Joyce morava em Trieste. São aproximadamente cinquenta frases/aforismos/poemas livres. Lê-se em uns minutos, mas não se deve fazer isto. Os registros são como algo balsâmico, que precisam de mais tempo para aguçar todo seu poder, oferecer toda sua potência, demonstrar toda sua universalidade. Depois da de Leminski li meia dúzia de outras versões: a original, claro; as de José António Arantes e de Roberto Schmitt-Pryn, em português; e também várias em espanhol, catalão e italiano. Sempre é uma alegria voltar a estes registros, de um alter ego de Joyce, um professor que se enamora de sua aluna, mas sabe conter-se, purgando apenas literariamente sua lubricidade. Eclair Antonio Almeida Filho, tradutor e professor universitário (da UnB), publicou recentemente sua versão deste livro, editado pela pequena editora independente Lumme. O original do livro pode ser lido aqui! Diversão garantida. Vale!
Registro #1485 (poesia #124) [início 02/01/2020 - fim 04/01/2020]
"Giacomo Joyce", James Joyce, tradução de Eclair Antonio Almeida Filho, São Paulo, Lumme Editor, 1a.
edição (2015), brochura 12x18 cm, 50 págs., ISBN: 978-85-8234-113-1
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