Ainda em 2008, quando acompanhava o folhetim de Tailor Diniz "Crime na feira do livro", comprei este exemplar de "O assassino usava batom", mas deixei-o perdido nos meus guardados esperando sua vez. Nestes dias frios reencontrei-o e decidi por fim conhecer a gênese do detetive Walter Jacquet. A trama é típica dos livros de detetive: ambientação restrita a poucos lugares, personagens fortes, algum humor, manias, detalhes, ironias e movimentação. Os nomes dos personagens são totalmente bizarros, e não se pode afirmar que Tailor ambienta a trama em New Orleans, New York, ou um vilarejo perto do mar na Austrália ou Inglaterra (tudo é muito vago, indefinido). Tailor nos apresenta um detetive Jacquet muito meticuloso, que sabe ouvir e perguntar, manipular jornalistas, disfarçar-se, ser agressivo e ágil quando necessário, mas Jacquet ainda é um solitário investigador neste volume, o que não permite o tradicional artifício de espirituosos e ágeis conversas de uma dupla na solução dos crimes, como encontramos no folhetim, onde o já alegretense Jacquet mantem diálogos divertidíssimos com João Macedônio em uma cobertura dos altos da independência, em Porto Alegre. Bueno. A trama envolve tráfico de drogas, contrabando de carros, empresas de fachada, clubes clandestinos de jazz, transformismos, assassinatos que escondem outros assassinatos, corrupção policial, envelopes de dinheiro. Coloquei "Satin doll" para ouvir noutro dia e entrei no clima enebriante que Tailor cria neste "Assassinato...". Lê-se o livro com prazer. Claro, há umas incorreções aqui e acolá (não entendi direito até agora toda a correria por um elevador que sobe e desce com um bandido que não se deixa capturar), mas nada que prejudique o ritmo frenético. Agora é esperar "A confraria do quibe" e as novas aventuras de Jaquet. [início 20/08/2010 - fim 11/09/2010]
"O assassino usava batom", Tailor Diniz, editora Mercado Aberto, 1a. edição (1997), brochura 11x2o,5 cm, 213 págs. ISBN: 85-280-0392-2
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