"I was drowning in honey, stingless". Lembro-me de quando ouvi esta frase pela primeira vez: eu morava na Rua dos Franceses, em São Paulo. Nas noites de segunda-feira assistia na tv cultura a série produzida pela BBC "Brideshead Revisited". Ali aprendi, com Charles e Sebastian, que à Veneza sempre se deveria chegar "pelo mar" e com Marchmain e Cara que "There were three, to be precise" Bellinis, nos palazzos e galerias de lá. Tonterias, mas que Renato Cohen e eu repetimos tantas vezes desde então. Bueno, depois aprendi um bocado sobre Veneza, com Proust e Ruskin, óbvio, mas também com Joseph Brodsky e, mais recentemente, com Javier Marías. Achei este livro na galeria dell’Accademia. Um sujeito pode viajar por dias, meses, folheando este belo livro. Além da arquitetura, das igrejas e da paisagem, o livro fala dos mosaicos, das escolas de arte, dos três Bellinis, mas também de Canaletto, Tiepolo, Tintoretto e Tiziano. Claro, qualquer livro deste tipo tem algo de superficial, irrelevante, mas o texto não compromete, inclui muitas informações e as fotografias e reproduções são tão bonitas, que logo nos sentimos imersos novamente naquela Veneza que não afunda, mas flutua (como disse Brodsky um dia). A memória é mesmo algo que sabe ser doce, que nos envolve, "stingless", sem medo. [início 28/07/2010 - fim 13/09/2010]
"Venecia", Alessandra Morgagni e Graziano Arici, tradução de Dante Fiorenza, Editora Mondadori Electa, 1a. edição (1997), brochura 20x28 cm, 112 págs. ISBN: 978-88-435-5959-6
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