Em "A primeira investigação de Montalbano" encontramos três curtas novelas policiais: uma é a que dá nome ao livro e envolve exatamente a primeira investigação de um jovem investigador Montalbano na mítica Vigàta criada por Andrea Camilleri. Ele ainda está envolvido com uma namorada (Mery), que não me lembro ser citada novamente em sua obra (logo veremos). Na história uma garota é estuprada por um sujeito ligado à Máfia. Mesmo agindo no limite da lei Montalbano consegue alcançá-lo e resolver o problema. O braço direito do comissário, o mercurial agente Fazio, aparece pela primeira vez, e descobrimos em primeira mão como Montalbano encontrou sua casa de praia em Montelusa. Na segunda história do livro acompanhamos como um louco mata ritualmente animais progressivamente maiores, gerando tensão e medo na cidade. Montalbano percebe rapidamente que o caso pode ser ainda mais bizarro e perigoso do que parece. Há um tanto de cabala e misticismo na história, que se defende bem, mas no limite da verossimilhança. Por fim, na terceira das novelas, Montalbano mostra toda sua capacidade de organização ao motivar seus confusos comandados na investigação do sequestro de uma menina. Descobrimos um intrincado jogo de extorsão promovido pela Máfia (com a ajuda de parentes veniais e sócios do pai da garota). A forma como Montalbano induz até os mafiosos a lhe auxiliarem é mesmo magistral. São três histórias que envolvem crimes sem sangue, tudo muito complicado e até com soluções mirabolantes demais, mas nada que realmente comprometa a prosa sarcástica de Camilleri. [início 20/09/2010 - fim 23/09/2010]
"A primeira investigação de Montalbano", Andrea Camilleri, tradução de Joana Angélica d´Avila Melo, editora Record, 1a. edição (2008), brochura 14x21 cm, 299 págs. ISBN: 978-85-01-07990-9
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