Quando você quer se distrair mesmo de algum problema do dia a dia nada como este tipo de romance policial. Os livros de Simenon são esquemáticos e previsíveis, o senso moral sempre aponta para a mesma direção, o leitor sempre encontra um terreno seguro à suas expectativas. Claro, um sujeito acaba se aborrecendo com estas leituras. Há romances policiais mais elaborados e desafiadores; há romances - mesmo convencionais - que pedem algo mais do leitor; há miríades de clássicos que devemos nos esforçar por ler. Mas há os dias de vagabundagem e os dias de se ler Simenon. Na trama deste livro Maigret recebe em seu escritório na polícia judiciária um colega de seus tempos de escola, exatamente o "bobo" da turma, o sujeito que vivia de pequenos expedientes divertidos para alcançar ajuda nas tarefas e escapar da punição de suas faltas. Este sujeito presencia o assassinato da mulher com quem vivia e envolve Maigret na investigação propositalmente. Esta mulher tinha vários amantes fixos (o amigo de Maigret é apenas o mais constante). Maigret toma o depoimento dos amantes (cada um a sua vez surpreso por saber das infidelidades da amante, os caminhos da paixão são mesmo sinuosos). Rapidamente Maigret consegue elucidar a trama e descobrir a motivação do crime. Nada espetacular, mas vale as horas de leitura. [início - fim 06/02/2011]
"O amigo de infância de Maigret", Georges Simenon, tradução de Rejane Janowitzer, editora L&PM Pocket (v. 793), 1a. edição (2010), brochura 11x18 cm, 173 págs. ISBN: 978-85-254-1907-1 [edição original: L'ami d'enfance de Maigret, Presses de la Cité (França), 1968]
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