Encontrei três livros do Camilleri em uma das caixas verdes que mandei da España no ano passado. Ulalá, cousa boa. Os romances policiais de Andrea Camilleri são sempre bem escritos (o sujeito tem oitenta e cinco anos e já escreveu um tanto sobre tudo afinal de contas). A historia de "La paciencia de la araña" segue os sucessos de "Guinada na vida". Salvo Montalbano convalece lentamente de seus ferimentos (mais psicológicos que físicos) e parece não ter mais a disposição e o tino de continuar sua rotina de investigador. A justiça italiana é falha, os criminosos que prende também vítimas de um sistema corrompido, os anos e a solidão imposta por seu estilo de vida o deprimem. Livia tira férias para ficar a seu lado e ele se afasta formalmente de seus deveres como comissário. Um sequestro inusitado, de uma jovem filha de pais falidos, mobiliza toda a polícia de sua região. Seus comandados (Fazio, Augello, Catarella) parecem confiar mais em Montalbano que em seu substituto. O instinto de investigador fala mais alto que o desconforto físico. Ainda que informalmente Montalbano participa como coadjuvante na investigação e é ele quem alcança solucionar o intrincado sequestro. Como todo bom personagem Montalbano evolui com o tempo, ganha matizes insuspeitos em sua personalidade. Bom livro. [início 10/02/2011 - fim 12/02/2011]
"La paciencia de la araña", Andrea Camilleri, tradução de María Antonia Menini Pagès, Barcelona: ediciones Salamandra, 4a. edição (2008), brochura 13,5x22 cm, 253 págs. ISBN: 978-84-9838-001-9 [edição original: La pazienza del ragno (Sellerio editore) Palermo 2004]
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