O problema de ler vários romances policiais ao mesmo tempo - mesmo quando se tratam de romances bem escritos como são os de Georges Simenon, é que nos entediamos mesmo. O roteiro é sempre o mesmo. Acontece algo inusitado, um detalhe bobo ou algo fora da rotina. O comissário Maigret põe sua maquinaria mental para funcionar e voilá: a solução do enigma se apresenta para o leitor (e ponto final, como sempre nos ensina don Tailor Diniz sobre o que se fazer em um romance policial). Bueno. No caso deste "Maigret na escola" o comissário condói-se de um jovem professor de província que busca por sua ajuda para um caso nebuloso. Uma velha senhora, vizinha da pequena escola rural onde ele dá aulas é morta com um tiro de espingarda. Como ele e sua mulher não são bem quistos na comunidade ele torna-se automaticamente suspeito, apesar de não haver nenhuma prova forte contra ele. A curiosidade de Maigret (e a vontade de consumir ostras e um bom vinho branco na região costeira de L'Aiguillon-sur-Mer) levan-no a atender a solicitação do jovem professor. O caso é banal, mas faz com que Maigret relembre sua juventude, ele também um provinciano, criado no campo. Apesar da resistência da população local Maigret rapidamente localiza quem de fato atirou e matou a velha senhora. Nada que um leitor atento não possa inferir logo no início, mas a versatilidade e o domínio do ofício de Simenon fazem com sigamos com o livro até o final. Preciso ler coisas com mais estofo. Esta é a verdade. [início 13/03/2011 - fim 14/03/2011]
"Maigret na escola", Georges Simenon, tradução de Paulo Neves, editora L&PM Pocket (v. 925), 1a. edição (2011), brochura 10,5x18 cm, 176 págs. ISBN: 978-85-254-2104-3 [edição original: Maigret à l'école, Presses de la Cité (França), 1954]
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