Tânia Lopes é uma amiga querida e dela ganhei um vale presente em livros (ela bem que me conhece). Bueno. Arrematei um livro do Ondjaki (jovem escritor angolano que vou logo resenhar por aqui) e para arredondar o valor total do vale peguei este Simenon, que estava à mão e é sempre garantia de diversão (ligeira, mas consistente). Se Simenon escrevia rapidamente seus leitores não deixam por menos. É impossível começar uma de suas histórias e não querer saber o desfecho de uma vez. Em um par de horas liquidamos com a expectativa. O curioso neste volume é que se trata do primeiro caso concreto em que Maigret se envolve. Em 1913, ainda um jovem assistente e plantonista noturno em uma delegacia de bairro, ele tem sua obstinação e intuição postos à prova em uma questão nebulosa, envolvendo herdeiros de burgueses endinheirados e arrivistas. Sofisticados e enganadores ou não, de qualquer forma há um crime para se resolver. O modo como Simenon descreve a engenharia mental do inspetor é algo raro de se apreciar. Maigret é um policial que segue os manuais de instruções e as leis de seu ofício. Nesta história Simenon tenta criar a atmosfera de seu aprendizado mundano, ou seja, de como ele aprende a interagir - e a tirar proveito profissional disto - com os diferentes tipos humanos, com os distintos personagens da complexa sociedade em que vive. Vamos em frente. [início 11/03/2011 - fim 12/03/2011]
"A primeira investigação de Maigret", Georges Simenon, tradução de Áurea Weissenberg, editora L&PM Pocket (v. 367), 3a. edição (2006), brochura 10,5x18 cm, 200 págs. ISBN: 85-254-1337-2 [edição original: La première enquête de Maigret, Presses de la Cité (França), 1949]
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