sábado, 26 de fevereiro de 2011

um doce aroma de morte

Noutro dia minha amiga Regina falou com entusiasmo do livro que tinha acabado de ler: "O búfalo da noite", de Guilhermo Arriaga. Anotei o nome do autor (lembrei depois que o conhecia por conta de seus roteiros e filmes) e acabei encontrando, dias depois, este "Um doce aroma de morte". É um livro muito bom. O enredo prende o leitor do começo ao fim. Pouco nos importamos com o desfecho, como se aqueles personagens amalucados (mais certo seria dizer desgraçados, viventes de um México assustador, primitivo) continuassem a nos seguir após terminarmos o livro. Em um povoado mexicano pequeno e distante de tudo um rapaz encontra, alertado por uns garotos, uma moça nua e morta. Por conta de sua reação inicial em cobrir por pudor o corpo da morta ele é imediatamente identificado como seu namorado e escalado para vingá-la. Um equívoco quase simétrico escala um caixeiro viajante como o suspeito oficial da morte da moça. Os bizarros personagens inventados por Arriaga que povoam o livro alimentam, cada um a seu modo, por estupidez atávica ou sabedoria prática, todas as confusões e boatos cruzados, tornando o ritual de vingança uma obrigação moral do rapaz. Seria apenas um livro divertido se não soubessemos que o mundo real - de qualquer lugar, miserável ou não - é mesmo assim, tem esta natureza torta. Arriaga sabe mesmo contar uma história. Preciso encontrar outros livros deste sujeito. [início 04/02/2011 - fim 05/02/2011]
"Um doce aroma de morte", Guilhermo Arriaga, tradução de Joana Angélica d´Avila Melo, Rio de Janeiro: editora Gryphus, 1a. edição (2007), brochura 14x18 cm, 172 págs. ISBN: 978-85-60610-01-3 [edição original: Un dulce olor a muerte, La otra orilla (editorial Belacqva) Colombia 1994]

2 comentários:

Mari disse...

Eu peguei esse livro na escola e me apaixonei, se tornou um dos meus livros preferidos dsd então, o problema é só que ele é uma baixaria do começo ao fim, msm assim n deixa de ser ótimo!

Lya Tee disse...

Eu odediei o final desse livro! que ódio! injusto mas o pior foi o mistério não ter sido resolvido!