Neste livro encontramos cinco poemas longos chamados "Bananas podres". Os dois primeiros são de 1980 e os três últimos de 2010. Ferreira Gullar os apresenta aqui manuscritos, com uma caligrafia muito peculiar, juntamente com colagens e pinturas produzidas por ele mesmo. Os poemas falam da infância de Gullar em São Luís, no Maranhão; dos fragmentos de memórias da quitanda de seu pai; da geografia da cidade; dos hábitos e costumes da época; das discussões e piadas dos fregueses que ouvia; dos ecos da história do Brasil (e da grande guerra que acontecia na Europa) reverberando no ambiente; enquanto bananas apodreciam no balcão, vagarosas. É um livro que se deixa ler com calma, que evoca as memórias do leitor. Ao mesmo tempo trata-se de um livro de arte. As colagens, os recortes de jornal, as pinturas de Gullar enfeixam os poemas. Maravilha. Haverá mais poesia por aqui, ainda neste ano. Logo veremos.
[início 12/11/2012 - fim 21/11/2012]
"Bananas podres", Ferreira Gullar, Rio de Janeiro: editora Casa da Palavra, 1a. edição (2011) brochura
25x23cm, 64 pág. ISBN: 978-85-7734-228-0 [edição original: Bananas podres, Bananas podres II (Na vertigem do dia, editora José Olympio, 1980), Bananas podres III, IV e V (Em alguma parte alguma, editora José Olympio, 2010)]
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