Nunca havia lido um livro de Almudena Grandes, mas sabia que ela é uma escritora muito respeitada na Espanha. Encontrei este "Castillos de cartón" em uma loja de livros de segunda mão e li com muito prazer. Trata-se de uma história envolvendo uma mulher e dois homens, ao longo de vinte anos, que se conhecem em um curso de artes plásticas, se envolvem afetivamente como só os jovens sabem fazê-lo e por fim se afastam em meio a mentira e a dor (afinal o amor é primo da morte, convém sempre lembrar). É um livro escrito de forma bastante esquemática, em quatro curtos capítulos, cujos títulos já apontam para o desfecho da história. O que dizer da seqüência "arte, sexo, amor, morte"? Esta previsibilidade irrita um tanto, mas não se pode dizer que o livro é ruim. É uma história onde se discute como o sucesso e o talento aproxima e afasta as pessoas, como as histórias pessoais são afetadas pelo contato social, como cada um de nós reage às demandas do trabalho, da família, do sexo. Lembrei também daquela história do Proust onde ele fala do "fim do ciúme" (em uma das histórias de "Os trabalhos e os dias"). Grande Almudena, um dia voltarei a procurar algo dela. [início 21/08/2009 - fim 24/08/2009]
"Castillos de cartón", Almudena Grandes, Tusquets editores (1a. edição) 2009, brochura 12,5x19, 199 págs., ISBN: 978-84-8383-542-5
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