Em "Maigret e o mendigo" acompanhamos duas investigações. Há a investigação oficial sobre a tentativa de assassinato de um mendigo. Maigret e seus associados descobrem quem ele é (quem ele foi talvez seja mais apropriado dizer), alcançam saber das coisas nas quais ele estava envolvido. E há a investigação paralela, oficiosa, ligada ao instinto de Maigret, que percebe que o quase afogamento do mendigo está relacionado há algo mais antigo e importante. O mendigo se recusa a colaborar. Maigret está seguro que ele poderia juntar as duas histórias, mas seu silêncio não é rompido nem mesmo com a iminência da morte. O suspeito de Maigret é exatamente o barqueiro belga que salvou o sujeito das águas. Simenon brinca um tanto sobre certas diferenças entre belgas e franceses (sobretudo coisas relacionadas ao uso do francês e da lógica). O texto é bem movimentado, mas a violência policial é algo que transborda nesse livro. Fazia tempo que não ficava tão irritado com um livro, com um personagem. É que eu esqueci que qualquer sujeito que decida fazer parte de um corpo policial e/ou militar (para falar só das atividades mais óbvias) não deve mesmo valer grande coisa. Argh! Preciso ficar um bom tempo sem ler estes romances ligeiros do Simenon. [início - fim 05/08/2011]
"Maigret e o mendigo", Georges Simenon, tradução de Myriam Campello, editora L&PM Pocket (v. 801), 1a. edição (2009), brochura 10,5x18 cm, 160 págs. ISBN: 978-85-254-1920-4 [edição original: Maigret et le clochard, Presses de la Cité (França), 1963]
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