Foi don Ernani, golfista e leitor disciplinado, amigo de longa data, quem me alcançou esse livro. Trata-se de um thriller psicológico, publicado originalmente em 2007. Loevenbruck apresenta uma história movimentada, que prende o leitor curioso em saber como as questões propostas por ele serão resolvidas, mas que não me parece muito original, paciência. O livro começa com um atentado terrorista no grande centro financeiro de Paris, La Défense. É algo claramente inspirado nos atentados terroristas do 11 de setembro, nos Estados Unidos, mas o que realmente incomoda o leitor são os paralelos explícitos aqueles romances de Robert Ludlum dedicados às aventuras do assassino desmemoriado Jason Bourne. É muito parecido para que o leitor fique de fato entusiasmado. O personagem de Ludlum é dos anos 1980 (e seus filmes foram lançados a partir dos anos 2000), mas o protagonista de Loevenbruck já foi gestado após os atentados terroristas de New York (2001), Madrid (2004) e Londres (2005) e, de um jeito torto, enaltece as atividades de legítimos terroristas de estado, numa espécie de contradição ética, se é que se pode entender essas atividades clandestinas à luz de alguma inteligência, justificativa ou valor. De qualquer forma o que torna o livro interessante são as digressões psicológicas, aquelas dedicadas a entender como opera um esquizofrênico, uma mente perturbada ou submetida a uma radical programação psicológica. O leitor acaba ficando curioso nos dedobramentos da história (e Loevenbruck consegue manter sua narrativa afinal de contas), mas falta algum estofo para esse livro ser realmente meritório. Vamos em frente.
[início 01/01/2013 - fim 03/01/2013]
"A síndrome de Copérnico", Henri Loevenbruck, tradução de Maria Alice Araripe de Sampaio Dória, Rio de Janeiro: editora Bertrand Brasil, 1a.
edição (2011), brochura 15,5x23 cm, 504 págs.
ISBN: 978-85-286-1500-5 [edição original: Le Syndrome Copernic (Paris: éditions Flammarion) 2007]
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