Não lia um romance policial há meses. Em março, no dia de meu aniversário, ganhei de um casal amigo e querido, o Koff e a Fleig, esse "Ninfeias negras", de Michel Bussi. O entusiasmo deles me contagiou a princípio, mas a solução - ou antes, a proposta - que o autor escolheu para seu livro, não me agradou muito. Bussi faz uso de uma técnica há muito conhecida e explorada, a de iniciar sua história indicando que alguém dentre um pequeno grupo de personagens será a vítima ou o criminoso. O leitor é arrastado pelas regras de composição das histórias policiais (como Umberto Eco já nos ensinou) e apenas paramos de ler o livro quando somos apresentados a seu desfecho. Bussi compõe sua história em Giverny, santuário impressionista que Monet mandou construir e que tornou-se uma espécie de Meca das artes plásticas francesa, que atrai turistas sem fim há décadas para dentro de seus domínios, como uma diligente aranha arrasta presas a sua teia. O resultado final me pareceu frouxo, talvez por ser engenhoso demais. Aquilo que apreciamos no livro parece ser apenas um bom truque de composição. Não é possível que eu adiante aqui qualquer detalhe da trama do livro. Os leitores curiosos que se envolverão com a narrativa merecem tentar antecipar a descoberta de quem é vítima e quem é criminoso. Que cada um aproveite em paz seu naco de alegrias. Há outras cousas do Bussi por aí. Vamos a ver se me impressionam mais.
[início: 26/03/2017 - fim: 28/03/2017]
[início: 26/03/2017 - fim: 28/03/2017]
"Ninfeias negras", Michel Bussi, tradução de Fernanda Abreu, São Paulo: editora Arqueiro, 1a. edição (2017), brochura 16x23 cm., 352 págs., ISBN: 978-85-8041-632-9 [edição original: Nymphéas Noirs (Paris: Presses de la Cité) 2011]
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