Nessa pequena novela se conta uma história sobre o orgulho, a soberba, sobre a dificuldade que temos de entender todas as facetas da vida, sobretudo quando somos muito jovens e influenciáveis. Um titereiro mambembe, Dingo, ao passar próximo à uma cidadezinha do áspero e montanhoso noroeste espanhol (região das Astúrias, León, Cantabria, Galicia), onde nasceu, atropela por acidente uma criança e a mata. Forçado a responder pelo crime, ele pede ajuda a um velho amigo de infância, senhor das terras do lugar e homem poderoso, Juan Medinao. Trinta anos antes Dingo e Juan planejavam fugir juntos da cidade, mas Dingo traiu seu amigo e fugiu com as moedas de prata que acumulavam em segredo. O reencontro entre os dois provoca em Juan uma sucessão de lembranças, sobretudo sobre si, sua forma de agir e pensar, seus atos pregressos, o pai, a morte da mãe, sobre Pablo, um meio irmão seu, sobre o resultado de suas ações, suas culpas e ambições baldadas. Muito bem escrito, sem truques literários bestas e auto indulgência. Ana María Matute foi uma das mais respeitadas escritoras espanholas do século XX, fazia parte da Real Academia Española e recebeu vários prêmios literários importantes, inclusive o Cervantes, em 2010. "Fiesta al Noroeste" foi seu segundo livro publicado, no longínquo 1952. Acho que é o caso de procurar mais livros dela. Vale!
Registro #1232 (novela #70)[início: 20/10/2017 - fim: 25/10/2017]
"Fiesta al Noroeste", Ana María Matute, Barcelona (España): Editorial Planeta (Ediciones del Destino / Austral Básicos),
1a. edição (2015), brochura 10x15 cm., 117 págs., ISBN:
978-84-233-4902-9 [edição original: Fiesta al Noroeste (Madrid: Afrodisio Aguado Editores Libreros) 1952]
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